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"Na Luz chamavam-me cigano e era onde me dava mais vontade de marcar"

Internacional português esteve à conversa com a equipa de futebol feminino do Sport Clube Rio Tinto, onde falou sobre a sua carreira.

"Na Luz chamavam-me cigano e era onde me dava mais vontade de marcar"
Notícias ao Minuto

19:16 - 16/07/22 por Notícias ao Minuto

Desporto Ricardo Quaresma

Ricardo Quaresma esteve, este sábado, à conversa com a equipa de futebol feminino do Sport Clube Rio Tinto, e um dos temas do qual falaram foi sobre a motivação. O internacional português recordou algumas passagens da carreira e falou sobre os jogos que fazia no Estádio da Luz diante do Benfica.

"Não querer perder. É essa a atitude que temos de ter não só no futebol, mas na vida. Não gosto de ficar atrás de ninguém. Quando me dizem que não consigo lá chegar, dão-me ainda mais vontade. Vou dar um exemplo. Ia à Luz e tinha o estádio todo a assobiar-me e a chamar-me cigano sempre que tocava na bola. Era o estádio onde me dava mais vontade de fazer golos. Por isso é que eles não se esquecessem (risos). Era o orgulho que falava mais alto", começou por dizer Quaresma.

"O FC Porto é diferente. Já passei em grandes clubes e não existem clubes como o Besiktas e o FC Porto. Não tens só a pressão do fim de semana, tens pressão diariamente. Tens sempre pessoas à tua espera ou pessoas que te encontram no restaurante e dizem que tens de correr ou de jogar melhor. Parece que a comida fica aqui entalada. É um mundo à parte. Para jogar nesses clubes é preciso ter personalidade, orgulho, vontade, garra, enfim, tens de ter muita coisa" acrescentou, confessando que tinha o desejo de voltar ao Sporting quando trocou o Barcelona pelo FC Porto.

"Não queria vir. Quando saí do Barcelona, queria voltar ao Sporting, mas não foi possível. O meu primeiro ano no FC Porto foi difícil, tivemos três treinadores. Fomos campeões da Taça Intercontinental, mas no campeonato perdemos jogos com o Nacional e fizemos cagada atrás de cagada. Só quando veio o Co Adriaanse é que comecei a rolar. No início estive dois meses sem ser convocado", atirou o internacional português.

"Sabia que tinha de dar ao pedal ou de fazer mais que os meus colegas para ter a minha oportunidade. Quando ele me meteu, fiz um golo de trivela em casa contra o Rio Ave. A partir daí comecei a jogar, mas até lá tive de sofrer. Ele fazia-me sofrer. Ia para casa e fechava-me no quarto a chorar. Chorava de raiva. Percebia que estava a fazer as coisas melhor que os outros e ele não me convocava. Fez-me aprender", finalizou. 

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