Sindicato vai fazer queixa por "substituições ilegais" em greve no Lidl
O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP) disse hoje que vai apresentar uma queixa à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) por alegadas "substituições ilegais" de trabalhadores em greve nos supermercados Lidl.
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Economia CESP
"No Lidl, algumas lojas só abriram devido a uma forma que vamos denunciar à ACT, em que foram chamados trabalhadores que estavam em dias de descanso", afirmou à agência Lusa Isabel Camarinha, dirigente do CESP.
Fazendo um balanço da greve de hoje no setor da distribuição, a responsável acrescentou que a estrutura sindical "vai denunciar essas situações, de substituições ilegais, porque eles [empresa] não podem fazê-lo".
Isabel Camarinha precisou que isso aconteceu em lojas Lidl no Algarve, nomeadamente em Faro.
A agência Lusa questionou a empresa sobre esta situação, mas ainda não obteve uma resposta.
Os trabalhadores do setor da grande distribuição comemoram hoje o 1.º de Maio em greve, para defender aumentos salariais e melhores condições de trabalho.
Questionada pela Lusa, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), cujas associadas empregam cerca de 120 mil trabalhadores, indicou que a greve teve "um impacto residual".
Isabel Camarinha fez um balanço "muito positivo" da greve, falando na adesão de "milhares de trabalhadores das empresas de distribuição, hipermercados e armazéns".
"Houve muitas lojas fechadas das cadeias Minipreço e Lidl e uma grande participação nas manifestações da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP)", indicou.
A dirigente do CESP apontou que, relativamente ao Minipreço, "perto de 30 lojas fecharam em Lisboa", além de outras "dezenas que fecharam no país".
"Foram as lojas mais pequenas, nas quais é mais difícil as empresas recorrerem aos métodos que normalmente recorrem, que é pôr chefias a substituir os trabalhadores em greve", explicou à Lusa.
Além de lojas encerradas, Isabel Camarinha destacou que "muitas das lojas [de supermercados] que não fecharam tiveram um horário diferente, ou abriram mais tarde ou fecharam mais cedo, porque não tinham gente suficiente".
A paralisação estendeu-se aos armazéns destas cadeias de supermercados, nos quais "também houve grande adesão".
Por exemplo, "no Lidl, houve uma grande adesão nos quatro entrepostos [centros logísticos], o que dificultará o abastecimento das lojas nos próximos dias", estimou Isabel Camarinha.
Nos últimos anos, o CESP tem emitido sempre um pré-aviso de greve para 01 de maio, para permitir aos trabalhadores do setor a comemoração do Dia do Trabalhador, data para a qual reivindicam o direito ao gozo deste feriado celebrado internacionalmente.
Este ano, a paralisação culmina uma série de ações de luta no setor da distribuição, que incluiu greve, concentrações e plenários dos trabalhadores do grupo Sonae, do Pingo Doce, Aucham, Aldi, Lidl, Minipreço e Fnac.
Na base do conflito está a falta de resposta das empresas de distribuição ao caderno reivindicativo apresentado pelos representantes dos trabalhadores, que prevê, nomeadamente, aumentos salariais para todos os funcionários e o fim da desregulação dos horários de trabalho.
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