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Greve da EGEAC fecha equipamentos e cancela concerto no S. Luiz

O Castelo de S. Jorge ficou sem bilheteira, foi adiada a estreia da nova peça dos Artistas Unidos, no Variedades, e o espetáculo "Lina_Fado Camões", no Teatro S. Luiz, foi cancelado, devido à greve dos trabalhadores da EGEAC.

Greve da EGEAC fecha equipamentos e cancela concerto no S. Luiz
Notícias ao Minuto

27/11/24 19:13 ‧ Há 2 Horas por Lusa

Cultura EGEAC

Os trabalhadores da EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural de Lisboa marcaram uma greve de 24 horas para hoje, por melhores condições de trabalho, que teve impacto no funcionamento de galerias, salas de espetáculo e museus, conforme a agência Lusa verificou, junto dos equipamentos.

 

A estreia anunciada para hoje da peça "Vento Forte", de Jon Fosse, pelos Artistas Unidos, no Teatro Variedades, foi adiada para quinta-feira, uma vez que "não há técnicos suficientes para que haja espectáculo", disse fonte do teatro, contactada pela Lusa.

A greve obrigou também ao encerramento do Teatro Romano e do núcleo da Casa dos Bicos, e condicionou uma série de outros equipamentos, que se mantiveram abertos, mas com funcionamento limitado.

Foi o caso do Museu da Cidade, que - segundo fonte da direção - esteve a funcionar, mas os quatro funcionários da bilheteira fizeram greve, assim como o LuCa - Teatro Luís de Camões, que durante o dia de hoje só tinha a exposição "A Loja a Fingir do Museu Imaginário", mas a bilheteira esteve encerrada.

O Castelo de S. Jorge, onde trabalhadores se concentraram de manhã, publicou nas redes sociais que, "por motivo de greve", os serviços seriam "fortemente afetados", nomeadamente "bilheteira, visitas guiadas, acesso à Câmara Escura, Núcleo Arqueológico e Loja", podendo "mesmo encerrar ao longo do dia", não sendo "possível validar o Lisboa Card ou emitir bilhetes para residentes do Concelho de Lisboa".

A Lusa contactou diretamente os serviços do Castelo, mas não obteve resposta.

O Cinema São Jorge não tinha programação pública para hoje, assim como o Teatro do Bairro Alto, de acordo com a suas agendas, e o Museu do Aljube esteve aberto ao público, mas o seu serviço educativo e as visitas guiadas foram afetados.

Quanto ao São Luiz Teatro Municipal, viu-se obrigado a cancelar o espetáculo agendado para hoje, como deu conta num 'email' que informava que, devido à greve dos trabalhadores da EGEAC, "a sessão desta quarta-feira, 27 de novembro, do espetáculo Lina_Fado Camões, Misty Fest 2024, está cancelada".

A mesma nota informa que o reembolso do valor do bilhete pode ser pedido até segunda-feira, dia 16 de dezembro na bilheteira do Teatro, através dos contactos telefónicos e dos 'emails' bilheteira@teatrosaoluiz.pt ou info@blueticket.pt, no caso de a compra ter sido feita 'online'.

Já o Museu do Fado e o Museu de Santo António estiveram abertos, apurou a Lusa, junto das instituições.

Logo de manhã, fonte sindical tinha dado conta de que a Casa Fernando Pessoa e as Galerias Municipais de Lisboa iriam estar hoje fechadas devido à greve dos trabalhadores da EGEAC por melhores condições de trabalho.

Na altura, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) não tinha "muitos dados de adesão à greve", mas já sabia que a Casa Fernando Pessoa e as Galerias Municipais iriam estar fechadas e que no Castelo de São Jorge as bilheteiras estariam fechadas, embora os bilhetes pudessem ser adquiridos 'online'".

Sobre a paralisação de hoje, Nuno Almeida contou que, depois de uma greve parcial em 30 de outubro, foi decidido avançar para uma de 24 horas, uma vez que não houve qualquer 'feedback' por parte da empresa para negociar e resolver os problemas dos trabalhadores.

De acordo com o sindicalista, nos últimos três anos a administração da EGEAC, empresa municipal que gere 24 equipamentos e espaços culturais do concelho, tem vindo a "desrespeitar e desvalorizar" o processo negocial.

"O que tem acontecido é uma falta de negociação por parte da administração em relação às matérias salariais. A administração tem-se limitado a dar aumentos salariais iguais aos que o Governo tem determinado para a administração pública", disse.

O sindicalista lembrou que os trabalhadores da EGEAC -- mais de 400 - ficaram de fora da medida de valorização das carreiras determinada para os trabalhadores da administração pública em 2023.

A carência de trabalhadores em vários equipamentos, a falta de investimento na melhoria das condições de trabalho, a ausência de medicina de trabalho, a desregulação dos horários e a prática de assédio laboral são outras das queixas.

No final de outubro, numa resposta escrita enviada à agência Lusa, a EGEAC disse que existe uma "relação colaborativa e de diálogo franco" com os trabalhadores.

"Não obstante as tomadas de posição públicas, existe e continuará a existir - entre a empresa, os sindicatos e a comissão de trabalhadores - uma relação colaborativa e um diálogo franco e aberto sobre todas as temáticas que envolvem a gestão de pessoas", referiu.

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