Crescimento deve resultar da regeneração de recursos, diz ministro
O ministro do Ambiente e da Transição Energética afirmou hoje que "é uma tolice" pensar em crescer apenas a partir dos indicadores financeiros, pois entende que o crescimento deve também resultar da regeneração de recursos num mundo hipocarbónico.
© Global Imagens
Economia João Matos Fernandes
"A economia que queremos [para Portugal] é uma economia que vai crescer. Mas é uma tolice imaginar-se o crescimento só a partir dos indicadores financeiros. Crescer significa crescer regenerando recursos num mundo hipocarbónico", disse João Matos Fernandes à agência Lusa, à margem da conferência anual do BCSD Portugal, que se realiza em Lisboa.
Uma vez que a revolução tecnológica é inevitável, o BCSD Portugal junta hoje especialistas nacionais e internacionais, para refletirem sobre o tema da "Sociedade 5.0: O desafio das Sociedades Inteligentes Sustentáveis".
O BCSD Portugal (Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável) é uma associação sem fins lucrativos que integra mais de 90 empresas de referência em Portugal ativamente comprometidas com a transição para a sustentabilidade e que em conjunto representam 30% do Produto Interno Bruto português (PIB).
No fundo, esta conferência tem "como escopo" e segundo o ministro, "discutir o papel que a sociedade de informação pode ter numa sociedade mais justa e numa sociedade mais sustentável do ponto de vista ambiental".
O governante alertou que se deve olhar mais além do que somente para "os problemas da tecnologia e as soluções que elas oferecem", pois entende que é preciso perceber qual o seu objetivo.
Para João Matos Fernandes, a transformação que é necessária na sociedade e no modelo económico para que o mundo seja neutro em carbono passa muito, e "não há outra forma de poder ser", pelas empresas privadas.
E prosseguiu: "Estão aqui muitas empresas portuguesas sinceramente comprometidas com estas matérias que, obviamente, nunca se conseguem desligar também do seu dia a dia, mas estão a fazer um caminho no sentido da descarbonização".
O ministro do Ambiente referiu ainda que, para Portugal cumprir as metas previstas, é necessário investir mais 2.000 milhões de euros entre hoje e 2050 em prol de uma sociedade hipocarbónica.
Foi, sobretudo, este desafio que o governante veio lançar ao congresso, além de manifestar a disponibilidade do Governo para partilhar as responsabilidades em termos de obstáculos que venham a acontecer aos promotores de riqueza portugueses.
Matos Fernandes disse também que, desde 2005, Portugal já reduziu em mais de 20% as suas emissões de gases com efeitos de estufa e que o país tem um conjunto de compromissos "já muito estruturados" em termos daquilo que é o futuro da neutralidade carbónica e a evolução para uma economia circular.
Daí, segundo o ministro, que Portugal tenha sido o vencedor deste ano do Troféu das Energias Renováveis.
O prémio foi atribuído pelo Sindicato das Energias Renováveis, uma entidade francesa que junta associações e empresas do setor de todo o mundo, sendo que constituiu o reconhecimento do trabalho efetuado pelo país nesta área.
Em 2030, Portugal pretende chegar aos 80% na produção de eletricidade com recurso a fontes renováveis e aos 35% de eficiência energética no consumo de energia.
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