Legislação é um dos maiores obstáculos para 40% das empresas
A legislação e o enquadramento regulamentar são os dois principais obstáculos à implementação de processos de circularidade apontados por quase 40% das empresas portuguesas, revelou hoje um estudo da Confederação Empresarial de Portugal (CIP).
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"Na resposta às barreiras mais restritivas à implementação de estratégias de circularidade, 37,1% das empresas respondentes identificou a legislação e o enquadramento regulamentar, nomeadamente devido a regulamentação complexa (80%) e processos de desclassificação de resíduos difíceis e demorados (61%)", concluiu a CIP.
Esta é uma das conclusões preliminares do inquérito realizado pela CIP junto de 194 empresas, em parceria com a EY-Parthenon, que se insere no projeto Economia Mais Circular, referidas em comunicado hoje divulgado.
Também as questões económicas e financeiras foram identificadas como um dos principais obstáculos por 35,6% das empresas, devido à necessidade de investimento de longo prazo (64%) e de adoção de processos de gestão e planeamento mais dispendiosos para a aplicação de práticas mais complexas (57%).
A CIP destacou ainda "as questões técnicas, classificadas igualmente como tema muito restritivo por parte de 31,1% das empresas", sendo que as justificações mais apontadas pelas empresas foram a "necessidade de adoção de tecnologias específicas (por exemplo, reciclagem) para a criação de produtos circulares e de sistemas de produção circulares, mantendo o nível de qualidade ou segurança dos produtos (70%) e a necessidade de maior 'know-how' e conhecimento tecnológico (56%)".
"Este inquérito, cujos resultados são ainda preliminares, tornam óbvia a necessidade de termos procedimentos mais simples e mais céleres para a utilização de matérias-primas secundárias, além de clarificação regulatória sobre os vários mecanismos de desclassificação de resíduos para subprodutos", defendeu a assessora sénior da CIP para a área de Ambiente e Clima, Sílvia Machado, citada no comunicado.
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