O Millennium bcp teve lucros de 74,5 milhões de euros no primeiro semestre, disparando mais de 500% face aos 12,3 milhões de euros registados nos primeiros seis meses de 2021, divulgou hoje o banco.

Segundo a apresentação de resultados, as contas entre janeiro e junho foram impactadas pelo aumento dos proveitos 'core' [negócio principal] do grupo em 22,7%, alcançando 1.372,7 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano corrente, sobretudo devido ao aumento da margem financeira, e gestão "rigorosa "dos custos operacionais (+1,5%), pelas contribuições obrigatórias para o setor bancário em Portugal de 62,2 milhões e pelo Bank Millennium, a operação na Polónia.

Contabilizando só Portugal, o resultado líquido foi de 174,5 milhões de euros, "um aumento expressivo" face ao primeiro semestre de 2021, quando registou 45,1 milhões de euros.

"Para este aumento significativo do resultado líquido na atividade em Portugal contribuíram, por um lado, o aumento dos proveitos 'core', refletindo o desempenho positivo evidenciado quer pela margem financeira, quer pelas comissões líquidas, e por outro, a redução registada nos custos com o pessoal", refere o grupo.

O resultado líquido da atividade em Portugal foi também influenciado, ainda que numa dimensão mais reduzida, pela "evolução favorável das outras imparidades e provisões", bem como dos rendimentos de instrumentos de capital e dos resultados por equivalência patrimonial.

"Inversamente, a evolução do resultado líquido da atividade em Portugal foi condicionada pelo aumento das dotações para imparidade do crédito (líquidas de recuperações), e pela redução dos resultados em operações financeiras", acrescenta.

O resultado do grupo na globalidade aumentou 45,7% sem imparidades e provisões e a rentabilidade dos capitais próprios fixou-se em 2,8%.

Já a margem financeira cresceu 28,6% para 985,2 milhões de euros no primeiro semestre, refletindo "uma melhoria da margem financeira na generalidade das geografias em que o banco opera", salientando "o crescimento obtido pela subsidiária polaca, a ultrapassar os 50%".

No primeiro semestre de 2022, as comissões líquidas cresceram 9,8% face ao período homólogo de 2021, ascendendo a 387,6 milhões de euros, tendo as comissões bancárias aumentado 11,2% para 332,7 milhões de euros.

Já o produto bancário aumentou 14,9% para 1.283,4 milhões de euros.

Por seu lado, os resultados em operações financeiras ascenderam a 42,2 milhões de euros, abaixo dos 80,3 milhões de euros alcançados em igual período do ano anterior, "refletindo o desempenho quer da atividade em Portugal, quer principalmente da atividade internacional".

O Millennium bcp indica ainda que os custos operacionais totalizaram 510,5 milhões de euros, situando-se 1,5% acima dos 502,9 milhões de euros apurados no período homólogo do ano anterior.

"Esta evolução reflete, em parte, a subida da inflação, transversal a todas as geografias em que o Banco opera, com o impacto mais significativo a registar-se na atividade internacional, sobretudo na subsidiária polaca", explica.

Olhando para os custos com o pessoal totalizaram 278,5 milhões de euros, uma diminuição de 2,5% face ao período homólogo, com o banco a explicar que "a evolução beneficiou do desempenho favorável da atividade em Portugal, pese embora o seu impacto tenha sido em parte absorvido pelo aumento dos custos com o pessoal na atividade internacional".

As outras imparidades e provisões totalizaram 371,9 milhões de euros, situando-se 22% acima do registado em igual período de 2021.

O rácio de capital total situou-se em 15,3% e o rácio de capital CET1 nos 11,3%.

Quanto aos NPE registaram uma redução de 501 milhões de euros face ao período homólogo, com a instituição financeira a destacar que "a redução em Portugal sido de 460 milhões (243 milhões desde o início do ano e 153 milhões no trimestre)".

[Notícia atualizada às 18h05]

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