CFP revê crescimento para 2,2% este ano em contexto de "incerteza"
O Conselho das Finanças Públicas (CFP) reviu hoje em alta a estimativa de crescimento da economia para 2,2% este ano, acima dos 1,2% anteriormente previstos, vincando contudo que as previsões são feitas num contexto externo de "elevada incerteza".
© Global Imagens/ Reinaldo Rodrigues
Economia CFP
A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2% este ano, apesar de significar uma melhoria face aos 1,2% previstos pelo CFP em março, significa um abrandamento face ao crescimento de 6,7% em 2022.
O CFP diz que a revisão em alta do crescimento do PIB real tem que ver com as contas já conhecidas do primeiro semestre pois, nesse período, houve um "desempenho melhor do que o antecipado no crescimento do consumo privado e das exportações em termos reais".
Contudo, já a formação bruta de capital fixo (o investimento) está abaixo da expectativa, o que relaciona com o agravamento das condições de financiamento, a incerteza na procura interna e externa e uma execução do Plano de Recuperação e Resiliência abaixo do esperado.
O CFP sublinha que o crescimento da economia portuguesa este ano "foi assinalável ao longo, grosso modo, do primeiro trimestre" para então "desacelerar de forma muito visível na restante parte do ano".
A entidade liderada por Nazaré da Costa Cabral justifica o abrandamento com a política monetária restritiva (aumento dos juros), o "mau momento" de economias parceiras importantes, desde logo a Alemanha, a alta inflação e ainda o desvanecer do "potencial de recuperação face à grande quebra anterior resultante da pandemia".
Já para 2024, o CFP prevê um crescimento económico de 1,6% (abaixo dos 1,8% previstos em março) justificando esse valor com a "hipótese de recuperação da procura externa, ao mesmo tempo que se considera, de forma prudente, que os ganhos de quota de mercado alcançados em 2023 não progridem ao mesmo ritmo".
No Programa de Estabilidade o Governo prevê um crescimento de 1,8% para este ano. Já a semana passada à saída da Concertação Social, o ministro das Finanças, Fernando Medina, disse que 2023 "será um ano forte para o desempenho da economia portuguesa", acentuando que "será difícil que a economia cresça abaixo de 2,1%", sendo esse o valor que a economia cresceria no total deste ano se até final do ano não crescesse mais.
"E vai crescer mais até final do ano", acrescentou o governante.
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