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Plano de 1,3 bilião de euros é "bom começo" para reduzir dívida na China

A agência de 'rating' S&P afirmou hoje que o pacote de 10 biliões de yuan (1,3 bilião de euros) anunciado pela China é um "bom começo" para resolver a "dívida oculta" das administrações locais.

Plano de 1,3 bilião de euros é "bom começo" para reduzir dívida na China
Notícias ao Minuto

05:53 - 13/11/24 por Lusa

Economia S&P

De acordo com estimativas do ministro das Finanças chinês, Lan Fo'an, que anunciou o pacote na semana passada, o programa vai reduzir a "dívida oculta" das administrações locais e regionais de 14,3 biliões de yuan (1,9 bilião de euros) para cerca de dois biliões de yuan (cerca 261 mil milhões de euros), até 2028.

 

Este valor, muito aquém dos 66 biliões de yuan (8,6 biliões de euros) que o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que os canais informais de financiamento, conhecidos como LGFV, acumularam, refere-se à dívida destas entidades, reconhecida como passivo pelas administrações locais, observou a S&P.

"O novo programa de conversão da dívida da China reduzirá drasticamente a dívida oculta das LGFV, mas, a dívida total continua a aumentar rapidamente e as LGFV serão responsáveis pela gestão e reembolso da própria dívida corporativa muito maior", afirmou Laura Li, analista da S&P, num relatório.

Na opinião da analista, o plano "tornará as obrigações subjacentes à grande dívida das LGFV quase completamente transparentes" e vai permitir às administrações locais poupar nos custos de financiamento. Lan estimou que as poupanças serão de cerca de 600 mil milhões de yuan (78,2 mil milhões de euros) nos próximos cinco anos fiscais.

"Além disso, o fim iminente da 'dívida oculta' tornará as autarquias locais mais disciplinadas na gestão financeira", argumentou Li.

"No entanto, a dívida das sociedades de responsabilidade limitada é um problema muito maior e este plano não o resolverá. Esta dívida é mais do dobro do que era há cinco anos, porque as entidades estão a ser perturbadas por retornos fracos, custos de juros mais elevados e uma transição instável para uma abordagem mais comercial", advertiu.

Li disse também acreditar que os governos serão "cada vez mais relutantes" em oferecer apoio direto à dívida se uma destas instituições entrar em crise.

Embora o anúncio de Lan tenha desiludido alguns analistas, que esperavam um estímulo fiscal mais ambicioso para impulsionar a procura ou resolver a crise do setor imobiliário, reconhecem que a ideia geral do governo é resolver "problemas estruturais" e, neste caso particular, sanear os balanços das administrações locais e regionais para lhes permitir reinvestir em projetos que sustentem o crescimento.

As expectativas eram elevadas porque, nas últimas semanas, vários Ministérios e agências governamentais chineses realizaram múltiplas conferências de imprensa em que anunciaram, aos poucos, medidas de estímulo destinadas a relançar a recuperação económica.

A fraca procura interna e externa, os riscos de deflação, os estímulos insuficientes, uma prolongada crise imobiliária e a falta de confiança dos consumidores e do setor privado são algumas das razões apontadas pelos analistas para explicar a situação na segunda maior economia do mundo.

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