Bruno Cabrerizo. A morte da avó e a dura distância dos filhos
"Pior foi ter que ir reconhecê-la. Foi difícil olhar e vê-la", confessou ao recordar a partida da avó.
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Fama Bruno Cabrerizo
A carreira no mundo do futebol, os vários trabalhos que já desempenhou, a família, sobretudo a avó e os filhos, foram os principais temas abordados durante a conversa com Daniel Oliveira.
Bruno Cabrerizo esteve no ‘Alta Definição’, da SIC, entrevista que foi transmitida este sábado, 26 de março, e que começou com as recordações do momento em que jogava futebol no Japão.
"Uma das coisas mais difíceis que existe, pelo menos para mim, é a solidão. A solidão é difícil de gerir", confessou o ator brasileiro, lembrando que chorou muitas vezes quando estava no Japão, e que chegou a "princípio de uma depressão".
"Porque é que estou a chorar? Estou a jogar no Japão, a fazer aquilo que amo, a ganhar um bom salário… Não conseguia entender aquilo e liguei para o meu pai. Disse-lhe que achava que estava no princípio de uma depressão, que não estava bem”, lembrou, referindo que depois de contar ao pai o que se estava a passar, este aconselhou-o a fazer as malas e a voltar para casa. E foi o que aconteceu.
"Pior foi ter que ir reconhecê-la. Foi difícil olhar e vê-la"
A avó Mercedes foi uma das pessoas mais especiais da sua vida e de quem falou, com carinho, no ‘Alta Definição’. "Foi uma pessoa que sempre batalhou muito", disse. "Ensinou-me que a felicidade é o mais importante. Mesmo com dificuldades financeiras, nunca a vi triste, de mau humor. Não tenho essa lembrança dela", acrescentou, em lágrimas.
"Lembro-me da minha avó a cantar para mim. As mesmas músicas que ela cantava para mim, eu canto hoje para os meus filhos. Essa lembrança dela emociona-me porque foi há pouco mais de um ano que perdi a minha avó", contou, muito emocionado. "Sempre que canto para eles, lembro-me dela", partilhou.
Sobre o dia em que a avó morreu, recordou que estava no Rio de Janeiro, no Brasil, e que a familiar já estava internada há cerca de cinco dias quando recebeu uma chamada da mãe. A mesma disse-lhe que tinha sido contactada pelo hospital, e depois o ator deslocou-se para a unidade hospitalar para acompanhar a mãe. Quando chegaram ao local, os médicos deram a triste notícia.
"Pior que isso foi ter que ir reconhecê-la. Tem todo um processo burocrático e alguém da família tem que ir lá. A minha mãe não quis ir e eu, obviamente, fui no lugar dela. Foi difícil olhar e vê-la", confessou.
"Quando vou dormir é quando bate a saudade. A distância é complicado"
Atualmente solteiro, Bruno Cabrerizo é pai de duas crianças, Gaya e Elia, que vivem em Itália com a mãe (ex-companheira do ator). E a distância "é difícil". "Por mais que diga que já estou habituado, há dias e dias. Quando estou ocupado a trabalhar, a gravar muito, passa. Mas, principalmente à noite, quando vou dormir é quando bate a saudade. A distância... é complicado", admitiu.
"É óbvio que o facto de passar muito tempo a viajar em trabalho vai gerar consequências. Mas se estivesse perto e infeliz também iria gerar consequências. O que estou a fazer agora é para eles. Eles vão entender. Converso com eles sobre isso", disse.
"É tudo por eles, sempre foi e sempre será. Sou quem sou hoje graças a eles. O nascimento dos meus filhos transformaram-me muito. Os filhos transformam a vida de qualquer pessoa para melhor. Sou muito grato por os ter na minha vida. Quando estou chateado, quando acontece algum problema ou até mesmo quando estou inseguro, penso neles. Dá-me uma força que me faz esquecer medos, inseguranças, tristezas, discussões, e me impulsiona porque é para eles. Tenho uma fotografia deles ao meu lado e às vezes meto na cama comigo", acrescentou, ainda ao falar dos filhos.
"Quem tem poder, diz o que quer sem saber muitas vezes a real situação e a verdade"
Questionado por Daniel Oliveira se alguém lhe deve um pedido de desculpas, Bruno Cabrerizo não deixou de dizer: "Todos os hipócritas com poder, aqueles com lápis e papel, e câmaras. Quem tem poder, diz o que quer sem saber muitas vezes a real situação e a verdade. E muitas vezes por hipocrisia. É o lado B do nosso trabalho, temos que saber lidar com isso e obviamente tem essa parte menos boa das pessoas que têm o poder".
O ator afirmou também que "pediu desculpa a todas as pessoas que queria pedir". "Reconheço o meu erro, não tenho orgulho de dizer que errei. Com quem já errei, já pedi desculpa", frisou.
No final da entrevista, fez questão de destacar o quanto está feliz por voltar a Portugal para trabalhar no mundo da representação. E além de agradecer à SIC, também deixou uma carinhosa mensagem ao público português porque, diz, "foram eles que impulsionaram a sua carreira".
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