Sexo oral aumenta risco de cancro da boca, diz estudo com 13 mil pessoas
O sexo oral é muito mais comum do que pensamos, seja praticado entre casais num relacionamento monógamo ou aberto.
© iStock
Lifestyle Doença
Todavia, um novo estudo revela que os homens que têm um elevado número de parceiros sexuais orais podem aumentar o risco de aparecimento de cancro da cabeça e pescoço.
Embora a taxa dos indivíduos com cancro orofaríngeo (parte média da garganta) seja baixa – com apenas 0,7 por cento dos homens sendo diagnosticados e uma percentagem ainda menor de mulheres – o estudo partilhado pelo Jornal Ciência revela que o tumor de células escamosas orofaríngeas relacionadas ao HPV entre os homens duplicou nos últimos 20 anos.
O autor do estudo, o médico Amber D’Souza, docente associado na Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, afirmou: “A maioria das pessoas realiza sexo oral e descobrimos que a infeção oral com HPV causador de cancro era rara entre as mulheres, independentemente de quantos parceiros sexuais tiveram. Entre os homens que não fumavam, o HPV oral causador de cancro era raro entre todos os que tinham menos de cinco parceiros sexuais orais, embora as chances de ter uma infeção oral por HPV aumentassem com o número de parceiros sexuais orais e com o tabagismo”.
A pesquisa, publicada no periódico científico Annals of Oncology, incluiu 13.089 indivíduos, de idades de 20 e 69, que foram testadas com infecção oral por HPV. Eles usaram dados sobre casos de cancro orofaríngeo dos EUA e óbitos para prever o risco de cancro de um HPV oral.
Os homens que se envolvem em sexo oral com cinco ou mais parceiros têm uma prevalência de 7,4 por cento em infeção oral com tipos de HPV causadores de cancro. Isto é comparado com 1,5 por cento dos homens que tiveram sexo oral com uma ou nenhuma parceira. Para aqueles com duas a quatro parceiras de sexo oral, o seu risco aumentou para 4 por cento – sendo que o tabagismo intensificou os valores para 7,1 por cento. Os homens que fumam e praticam sexo oral com cinco ou mais parceiros atingem os 15 por cento.
“Atualmente, não há testes que possam ser usados para rastrear pessoas com cancro orofaríngeo“, disse o coautor da pesquisa Carole Fakhry, professor associado do Departamento de Otorrinolaringologia de Johns Hopkins, em comunicado.
“A nossa pesquisa mostra que a identificação de pessoas que têm infeção oral por HPV não prevê o seu futuro risco de cancro e, portanto, o rastreio com base na deteção de infeção por HPV oral causadora de cancro é desafiador“, acrescentou Fakhry. “No entanto, estamos a realizar ainda mais pesquisas sobre a infeção oral por HPV em homens jovens saudáveis para explorar ainda mais a condição”.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com