Smarthphones causam crescimento de novos ossos nos crânios dos jovens
Cientistas explicam que o crânio pode estar a desenvolver um osso extra para compensar o desconforto provocado por estarmos constantemente a olhar para o telemóvel.
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Para onde quer que se olhe é possível encontrar alguém com um smartphone na mão, seja a verificar uma rede social, a ver um vídeo ou filme, a responder a mensagens ou a jogar. O hábito, no entanto aparentemente inofensivo, pode afinal estar a causar alterações na estrutura óssea do crânio, de acordo com a BBC News.
Os investigadores explicaram à publicação que o ser humano, especialmente aqueles entre 18 e 30 anos, estão a desenvolver uma protuberância na base do crânio para que o corpo consiga suportar o peso da cabeça, que passa muito tempo inclinada para baixo por causa dos dispositivos eletrónicos.
A alteração óssea, conhecida como protuberância occipital externa, às vezes é tão grande que pode ser sentida ao pressionar os dedos na base da cabeça. No caso das pessoas carecas, pode inclusive ser vista já que o cabelo não disfarça a sua presença. “Sou médico há 20 anos, e somente na última década, tenho descoberto cada vez mais que os meus pacientes têm esse crescimento no crânio”, comentou David Shahar, da Universidade de Sunshine Coast, na Austrália, à BBC.
Por que acontece?
De acordo com os especialistas, uma das possíveis explicações para essa alteração está relacionada com a necessidade de manter a cabeça apoiada, especialmente em situações de desconforto. A cabeça humana pesa, em média, 4,5 quilos e, portanto, quando mantida inclinada para baixo durante longos períodos, ocorre um aumento da pressão nos músculos do pescoço ligados ao crânio.
Antigamente, esses músculos eram pouco utilizados, mas como agora estão a ser utilizados em excesso, estão a tornar-se mais fortes para lidar com a tensão. Os cientistas acreditam que o desenvolvimento dessa protuberância é a forma que o organismo encontrou de suportar o peso do fortalecimento muscular.
“Isso pode ser atribuído ao uso extensivo de dispositivos eletrónicos por indivíduos de todas as idades, incluindo crianças, e associado também a má postura”, explicou Shahar. O investigador esclareceu ainda que a probabilidade dessas alterações continuarem a surgir nas gerações mais novas é enorme.
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