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Livro de Luís Gradíssimo explica ligações entre comida e vinhos

O gastrónomo e enófilo Luís Gradíssimo lançou um livro para os que querem "saber mais sobre a ligação entre comida e vinhos", advertindo que o ponto de partida deve ser o "conhecimento" do que se vai comer e beber.

Livro de Luís Gradíssimo explica ligações entre comida e vinhos
Notícias ao Minuto

17:04 - 21/12/20 por Lusa

Lifestyle Gastronomia

O livro intitula-se Enogastronomy, tem 99 páginas e foi editado só em inglês, estando, porém, na forja uma edição em português, segundo disse hoje à agência Lusa o seu autor, sem se comprometer com uma data.

O trabalho compreende abordagens à "fisiologia do gosto" e apresenta também 11 casos conhecidos de harmonizações, tais como caviar e champanhe, leite-creme e vinho do Porto tawny, peixe e vinho branco, carne e vinho tinto ou chocolate e vinho", procurando explicar porque resultam à mesa e propondo também alternativas vínicas.

"Estão presentes vários vinhos portugueses, como Madeira, como alternativa ao vinho de sobremesa francês Sauternes para acompanhar foie-gras, ou o alvarinho e outros vinhos para os peixes", observa Luís Gradíssimo.

Enogastronomy baseia-se em "casos de harmonizações que são conhecidas internacionalmente, abrange os diferentes momentos de uma refeição, com entradas, prato principal de peixe ou de carne e diferentes sobremesas" e inclui perfis de vinho alternativos para as mesmas comidas.

"Um prato e um vinho podem ser uma ligação perfeita para uma pessoa e não o ser para outra", admite, acrescentando que "a pessoa é o terceiro pilar, se calhar o mais importante".

Luís Gradíssimo afirma que não existe uma regra universal na enogastronomia."A minha primeira recomendação é que as pessoas sigam o seu gosto e a sua sensibilidade e informem-se sobre o vinho e o prato. Quanto melhor for a nossa compreensão melhores resultados vamos ter à mesa", sustenta.

A sua experiência diz-lhe que "o mais corrente é as pessoas pendurarem-se nas harmonizações de conforto, porque funcionaram bem, e evitarem arriscar", mas o seu conselho é para que se "experimentam outras possibilidades".

"Cada pessoa tem um gosto e o mais importante é percebermos quem temos à nossa", resume David Gomes, escanção do restaurante Antiqvvm (uma estrela Michelin), no Porto, ouvido também pela Lusa. Na sua atividade, este profissional afirma que tenta "ir ao encontro do que querem as pessoas e, eventualmente, levá-las a arriscar".

David Gomes completa a sua ideia sustentando que "é preciso saber onde é possível ir" na hora de sugerir um vinho para um certo prato. "O segredo é explicar o porquê de uma sugestão. Não somos donos da verdade", sublinhou.

O 'chef' executivo do restaurante do Hotel Marriott, de Lisboa, acrescenta que "o mais frequente é os clientes seguirem o conselho do escanção" e este procura "fazer fazer com o que o cliente possa usufruir de uma boa experiência" com os vinhos escolhidos.

António Alexandre refere que "vinhos tintos jovens que ligam bem com pratos de peixe que vão bem com vinhos tintos e vinhos brancos muito bons para certas carnes", concluindo que, "cada vez, a complexidade dos vinhos permite fazer harmonizações para lá das regras sagradas".

Luís Gradíssimo considera haver ainda "muita iliteracia" neste campo", sugerindo que isso poderá dever-se ao facto de "ser muito maior o contacto com a comida do que com o vinho" e salientando que "uma casa que tenha um serviço de vinho é diferente de uma que não tem e deixa o cliente por sua conta e risco".

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