Decisão dos EUA "não contribuirá para a paz", acusa a Turquia
A Turquia, um dos principais importadores do petróleo oriundo do Irão, criticou hoje a decisão norte-americana de suspender as isenções sobre a compra de crude iraniano, argumentando que a medida "não contribuirá para a paz e estabilidade" naquela região.
© Reuters
Mundo Mevlüt Cavusoglu
As críticas de Ancara surgiram pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu, que escreveu ainda na rede social Twitter: "A Turquia rejeita sanções unilaterais e imposições sobre como conduzir as relações com vizinhos".
A reação turca surgiu poucas horas depois dos Estados Unidos terem endurecido a sua política em relação a Teerão e de terem anunciado que não iam renovar as isenções para a compra de petróleo iraniano que abrangiam oito países, incluindo alguns dos maiores importadores do crude iraniano (China, Turquia e Índia).
Também abrangidos por estas isenções estavam o Japão, a Coreia do Sul, a Itália, a Grécia e Taiwan, sendo que os últimos três já tinham deixado de comprar petróleo ao Irão em novembro passado.
O fim destas isenções, que permitiam a compra de petróleo iraniano sem violar as regulamentações norte-americanas, entra em vigor no próximo dia 02 de maio.
Caso estes importadores de petróleo iraniano mantiverem ligações com Teerão, a Casa Branca admite que também poderão enfrentar sanções.
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco acrescentou no Twitter que a decisão de Washington irá prejudicar o povo iraniano.
Os Estados Unidos impuseram novas sanções ao Irão em agosto e em novembro do ano passado, afetando, entre outros setores, o energético e o bancário.
As sanções foram determinadas depois de Washington ter saído, unilateralmente, do acordo nuclear assinado em 2015 entre Teerão e seis grandes potências.
A decisão norte-americana anunciada hoje pretende levar as exportações de petróleo do Irão a zero, negando ao governo de Teerão a sua principal fonte de receita.
As receitas provenientes das exportações de petróleo são vitais para a economia iraniana, que sofre há cerca de um ano uma grave crise marcada pela inflação e pela desvalorização da moeda nacional (rial iraniano).
"As exportações do petróleo do Irão não irão ser reduzidas a zero sob nenhuma circunstância, a menos que as autoridades iranianas decidam travá-las", afirmou hoje um responsável do Ministério do Petróleo iraniano, que falou sob a condição de anonimato, citado pelas agências internacionais.
O responsável, em declarações à agência semioficial iraniana Tasnim, explicou que as autoridades iranianas analisaram "todos os cenários e as condições possíveis" e tomaram "as medidas necessárias" para prosseguir com as exportações.
Estima-se que as exportações iranianas sejam atualmente inferiores a um milhão de barris por dia, um valor muito menos expressivo quando comparado com os mais de 2,5 milhões de barris por dia que eram registados antes do Presidente norte-americano, Donald Trump, ter abandonado o acordo nuclear.
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