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Militante pró-democracia diz-se alvo de ameaças sauditas. "Sou um alvo"

Um militante pró-democracia árabe, que diz ter trabalhado com o jornalista Jamal Khashoggi assassinado em outubro, afirmou hoje ser alvo de ameaças sauditas que lhe valeram estar momentaneamente sob proteção policial na Noruega, onde vive.

Militante pró-democracia diz-se alvo de ameaças sauditas. "Sou um alvo"
Notícias ao Minuto

16:57 - 08/05/19 por Lusa

Mundo Liberdade

Apátrida palestiniano que obteve asilo político no país escandinavo em 2015, o 'blogger' e escritor Iyad el-Baghdadi disse ter sido contactado pelos serviços noruegueses de segurança interna (PST) no dia 25 de abril.

"Eles disseram-me ter recebido uma dica de uma agência parceira indicando que sou um alvo", declarou à agência France Presse o ativista de 41 anos, influente na rede social Twitter.

Os serviços noruegueses recusaram comentar, mas, segundo o jornal britânico Guardian, que revelou o caso, foi a CIA norte-americana que alertou o PST da ameaça.

"Não é claro neste momento de que tipo de ameaça se trata", indicou Baghdadi, classificando-a de "altamente credível" e adiantando pensar que os serviços noruegueses "não quiseram correr riscos".

Apontou para as autoridades sauditas que, embora nunca nomeadas explicitamente pelo PST, estiveram no centro da conversa com os polícias.

A AFP não conseguiu contactar a embaixada da Arábia Saudita em Oslo para um comentário.

O caso ocorre seis meses após o assassínio do opositor saudita Jamal Khashoggi, colaborador do Washington Post, no consulado do seu país em Istambul por agentes vindos de Riade.

Este assassínio causou indignação no mundo e manchou a imagem do reino e do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, que responsáveis turcos e norte-americanos indicaram como responsável.

"O trabalho sensível que faço gira à volta da Arábia Saudita. Soube que me tinham debaixo de olho desde outubro", adiantou Baghdadi, que diz ter trabalhado em projetos comuns com Khashoggi.

Disse ainda que as autoridades norueguesas lhe recomendaram que não se deslocasse à Malásia como previa, onde vivem os seus pais e irmãs, igualmente ameaçados segundo ele.

O ativista dos direitos humanos prometeu dar mais informações numa conferência de imprensa prevista para a próxima segunda-feira.

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