EUA condenam "ataques violentos e coordenados" contra a polícia kosovar
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, condenou hoje de forma veemente os "ataques violentos e coordenados" de domingo contra a polícia kosovar e apelou a Belgrado e a Pristina para que acalmem os ânimos.
© Getty Images
Mundo Blinken
"Os Estados Unidos condenam veementemente os ataques violentos e coordenados contra a polícia do Kosovo", declarou Blinken num comunicado, um dia depois da morte de um polícia kosovar numa emboscada no norte do território, que há anos é cenário de fortes tensões.
"Apelamos aos Governos do Kosovo e da Sérvia para que se abstenham de qualquer ação ou retórica que possa agravar as tensões", acrescentou o chefe da diplomacia norte-americana, defendendo que os autores do crime devem ser responsabilizados através de um processo de investigação transparente.
Na mesma nota informativa, Blinken apelou igualmente às autoridades kosovares e sérvias para que "trabalhem em coordenação com os parceiros internacionais para desanuviar a situação, garantir a segurança e o Estado de direito e regressar ao diálogo facilitado pela União Europeia (UE)", referindo ainda que a polícia kosovar é "plenamente responsável" pela segurança na República do Kosovo.
Segundo Blinken, os Estados Unidos da América (EUA) congratulam-se com a "estreita coordenação da Polícia do Kosovo com a Missão para o Estado de Direito da UE no Kosovo e com a Força da NATO no Kosovo, em especial para garantir a segurança dos civis no local".
"Continuaremos a acompanhar a situação e a coordenar-nos com todas as partes envolvidas", concluiu.
A condenação de Washington surgiu no mesmo dia em que Moscovo mostrou preocupação com a situação "potencialmente perigosa" no Kosovo, expressando, contudo, apoio aos sérvios.
"A situação é, verdadeiramente, muito tensa e potencialmente perigosa", declarou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.
"Não é segredo que as provocações contra os sérvios são realizadas com muita frequência", acrescentou Peskov, sem acrescentar mais pormenores sobre a questão.
Um agente da polícia kosovar foi morto no domingo durante uma patrulha no norte do país, na fronteira com a Sérvia, por agressores que depois se barricaram num mosteiro ortodoxo. Seguiu-se um tiroteio com as autoridades do Kosovo e três dos membros do grupo armado foram mortos.
As autoridades kosovares culparam a Sérvia pelo incidente. Já Belgrado acusou Pristina de perseguição à etnia sérvia no Kosovo, que a Sérvia considera ainda como uma das suas províncias.
Moscovo tradicionalmente apoia a Sérvia, particularmente na questão do Kosovo, tentando colocar-se como "um protetor" das populações eslavas e cristãs ortodoxas.
A Rússia considera que a independência do Kosovo, com o apoio ocidental, ilustra o caráter anti-eslavo da política das diplomacias europeia e dos Estados Unidos.
Belgrado nunca reconheceu a secessão unilateral do Kosovo - a sua antiga província do sul -- proclamada em fevereiro de 2008 na sequência de uma guerra iniciada com uma rebelião armada albanesa em 1997 que provocou 13.000 mortos, na maioria albaneses, e motivou uma intervenção militar da NATO contra a Sérvia em 1999, à revelia da ONU.
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