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Normalização de relações israelo-sauditas e guerra levam Blinken a Riade 

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, reuniu-se hoje, em Riade, com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, país que suspendeu as discussões sobre uma possível normalização com Israel em plena guerra com o Hamas palestiniano.

Normalização de relações israelo-sauditas e guerra levam Blinken a Riade 
Notícias ao Minuto

09:54 - 15/10/23 por Lusa

Mundo Blinken

Blinken tem viajado pela região desde que o movimento islamita, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, realizou um ataque sem precedentes em Israel, a 07 deste mês, desencadeando uma guerra contra o território palestiniano.

O chefe da diplomacia norte-americana reuniu-se durante mais de uma hora com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, na residência real perto de Riade, disse um responsável norte-americano à AFP, que descreveu o encontro com o "muito produtivo", mas sem adiantar pormenores.


A violência entre Israel e o Hamas deixou milhares de mortos em ambos os lados. 

Segundo a agência noticiosa saudita SPA, perante o secretário de Estado norte-americano, Bin Salman rejeitou "qualquer forma" de ataque que vise a população civil e pediu a Blinken que apoie os esforços para pôr fim ao cerco israelita à Faixa de Gaza e a cessação da escalada de violência.

Bin Salman, governante de facto do reino árabe, insistiu que é preciso trabalhar "para garantir que o direito humanitário internacional seja respeitado", a fim de se regressar "à estabilidade e à recuperação da rota de paz que garante o direito dos palestinianos a uma paz duradoura e abrangente", reportou a SPA.

O príncipe herdeiro saudita condenou também qualquer forma de "tornar inoperantes infraestruturas e interesses vitais que afetam a vida quotidiana", uma referência tanto ao bombardeamento indiscriminado de Israel em Gaza como ao ataque terrorista do Hamas em território israelita, que desencadeou a escalada de violência.


Nada foi mencionado na nota sobre se a reunião, que decorreu à porta fechada, abordou a aproximação política entre Israel e a Arábia Saudita, um dos objetivos centrais da diplomacia norte-americana na área e cuja destruição tem sido interpretada por muitos como um dos alvos do ataque violento do Hamas.

Em setembro passado, Mohammed bin Salman relatou progressos nas discussões sobre uma possível normalização com Israel, patrocinada pelos Estados Unidos, mas uma fonte próxima do Governo saudita disse no sábado que as discussões foram suspensas. 

O reino do Golfo, guardião dos primeiros locais mais sagrados do Islão, nunca reconheceu Israel e não aderiu aos Acordos de Abraão de 2020, mediados pelos Estados Unidos, que permitiram aos vizinhos Bahrein e Emirados Árabes Unidos, bem como Marrocos, estabelecerem laços diplomáticos com Israel. 

Bin Salman foi pressionado nos últimos meses pela administração norte-americana a fazer o mesmo, com Riade a exigir em troca garantias de segurança de Washington e assistência no desenvolvimento de um programa nuclear civil.

Depois de uma visita de solidariedade a Israel, na quinta-feira, o chefe da diplomacia norte-americana iniciou uma digressão a seis países árabes com o objetivo particular de exercer pressão sobre o Hamas, a fim de evitar a propagação do conflito na região.

Depois da Jordânia, Qatar, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, Blinken tem previsto viajar hoje para o Egito, um importante mediador entre Israel e o Hamas.

Fonte da administração norte-americana disse no sábado à agência noticiosa France-Presse (AFP) que o Cairo havia trabalhado para um acordo que permitisse aos cidadãos norte-americanos deixarem a Faixa de Gaza, mas que foram impedidos pelo Hamas de ir para o único ponto de passagem, na fronteira de Rafah.

O grupo islamita Hamas lançou no sábado passado um ataque surpresa contra Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.

[Notícia atualizada às 12h39]

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