Donald Tusk pede ao presidente da Polónia condições para formar governo
O líder da oposição na Polónia, Donald Tusk, que venceu as eleições legislativas em coligação, pediu hoje condições para poder formar um novo Governo rapidamente.
© Mateusz Wlodarczyk/NurPhoto via Getty Images
Mundo Donald Tusk
Três partidos da oposição que prometeram restaurar os padrões democráticos na Polónia obtiveram juntos mais de 54% dos votos nas eleições parlamentares do fim de semana no país, colocando-os em posição de formar governo, de acordo com uma contagem completa dos votos divulgada hoje.
A constituição da Polónia exige agora que o Presidente, Andrzej Duda, avalie o novo alinhamento político de forças e nomeie um novo primeiro-ministro encarregado de formar um Governo, que necessitará da aprovação do Parlamento.
Numa declaração em vídeo, Tusk apelou a Duda para que tome "decisões enérgicas e rápidas", sublinhando que "os partidos democráticos vencedores estão prontos para assumir a responsabilidade de governar o país a qualquer momento".
Duda é aliado do partido conservador Lei e Justiça, que está no poder desde 2015, governando durante oito anos turbulentos e que nestas eleições obteve pouco mais de 35% dos votos, apesar de ter sido o partido fora de coligações com mais votos.
Contudo, este partido já admitiu que não tem condições para se manter no poder, tal como a maioria no Parlamento e o seu líder, Jaroslaw Kaczynski.
O partido Lei e Justiça foi penalizado eleitoralmente, depois de ter sido criticado por querer assumir o controlo dos tribunais através de mecanismos legais que violam a Constituição.
O resultado da eleição do passado fim de semana foi uma importante vitória para Tusk, chefe do maior movimento de oposição, a Coligação Cívica, podendo agora regressar ao cargo de primeiro-ministro, que já ocupou de 2007 a 2014.
Tusk também já foi presidente do Conselho Europeu, de 2014 a 2019.
O sucesso de Tusk é ainda mais notável tendo em conta que os meios de comunicação estatais se esforçaram por o retratar como um fantoche da Alemanha e da Rússia.
O resultado parece ter sido um alívio para os polacos que se revelam preocupados com o isolamento internacional do país, num momento de guerra na fronteira com a Ucrânia e com as constantes disputas com Bruxelas, que alguns temeram poder levar à saída do país da União Europeia.
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