Mortes de pessoal da ONU em Gaza é "algo nunca visto", alerta Guterres
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, sublinhou que 136 funcionários da organização foram mortos na Faixa de Gaza desde o início do conflito, "algo que nunca foi visto antes na história da ONU".
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Numa publicação na rede social X (antigo Twitter), o português lamentou ainda que "a maior parte" do pessoal da ONU "tenha sido forçado a fugir das suas casas" e prestou "homenagem a eles e aos milhares de trabalhadores humanitários que arriscam as suas vidas ao apoiar os civis em Gaza".
A declaração de Guterres surgiu na sexta-feira, horas depois do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP, na sigla em inglês) ter anunciado a morte de um dos funcionários e da sua família no enclave palestiniano.
"Estamos profundamente tristes por anunciar a morte do nosso colega Issam Al Mughrabi e da sua família, mortos num ataque aéreo em Gaza", declarou o UNDP, na rede social X.
"Ele será recordado como um membro querido da nossa equipa", acrescentou o programa da ONU.
A agência lembrou que "as Nações Unidas e os civis em Gaza não são alvos" do atual conflito entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
Pelo menos 18 pessoas morreram na sexta-feira, depois de o exército de Israel bombardear uma casa no campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, avançou a agência de notícias palestiniana Wafa.
O ataque das Forças de Defesa de Israel, que ocorreu no leste do campo de refugiados, também deixou dezenas de feridos, de acordo com fontes locais citadas pela agência.
Também na sexta-feira, durante uma outra ofensiva, os aviões israelitas destruíram uma fábrica de dessalinização de água na cidade de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza.
O Crescente Vermelho Palestiniano denunciou igualmente um outro "bombardeamento pesado" nas imediações do Hospital Al Amal, na cidade de Khan Younis.
Israel declarou guerra ao Hamas, em retaliação ao ataque de 07 de outubro perpetrado pelo grupo em território israelita, que fez 1.139 mortos, na maioria civis, de acordo com o mais recente balanço das autoridades israelitas.
Cerca de 250 pessoas foram também sequestradas nesse dia e levadas para Gaza, 128 das quais se encontram ainda em cativeiro pelo movimento, considerado uma organização terrorista pela União Europeia, pelos Estados Unidos e por Israel.
A ofensiva israelita por terra, mar e ar já provocou mais de vinte mil mortos, entre os quais oito mil crianças e 6.200 mulheres, e 52.600 feridos, de acordo com números das autoridades locais controladas pelo Hamas, e cerca de 1,9 milhões de deslocados, segundo a ONU.
Cerca de 130 reféns permanecem em cativeiro no território palestiniano, onde a população deslocada sobrevive em tendas em pleno inverno e numa profunda crise humanitária.
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