Zimbabué inicia campanha de vacinação contra cólera. 400 pessoas mortas
O Zimbabué lançou hoje uma campanha de vacinação contra a cólera para combater a epidemia que se está a agravar e que já fez mais de 400 mortos no país em menos de um ano, anunciou o Governo.
© Getty Images
Mundo Zimbabué
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o país da África Austral, que faz fronteira com Moçambique, recebeu um primeiro lote de cerca de 900.000 vacinas na semana passada.
As primeiras doses começaram a ser administradas hoje em Kuwadzana, um subúrbio da capital Harare e uma das zonas mais afetadas.
"Nas últimas semanas, assistimos a um aumento do número de casos de cólera, devido, em parte, ao início das chuvas e das inundações e a um aumento das deslocações da população devido ao período festivo", afirmou o Ministro da Saúde, Douglas Mombeshora, num comunicado.
A cólera é causada por uma bactéria que é geralmente transmitida por água ou alimentos contaminados.
As epidemias ocorrem regularmente nas vilas e cidades do Zimbabué, onde as instalações sanitárias e de água potável são inadequadas e as infraestruturas foram negligenciadas.
A nação, que luta contra a epidemia desde fevereiro de 2023, já registou mais de 20.000 casos suspeitos e 400 mortes, 71 das quais foram confirmadas por testes laboratoriais.
Em novembro, Harare declarou estado de emergência, com alguns funcionários a compararem a situação com a de 2008, quando a cólera matou pelo menos 4.000 pessoas em todo o país e infetou pelo menos 100.000 pessoas.
A atual campanha de vacinação tem como alvo 2,3 milhões de pessoas. Novas doses de vacina devem chegar na próxima semana, segundo a OMS.
A OMS está preocupada com o ressurgimento da cólera em todo o mundo nos últimos anos, sendo África responsável pela maioria dos casos.
Para combater a propagação dos surtos desta epidemia, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) defendeu uma resposta regional.
A posição foi manifestada hoje pelo presidente em exercício do Conselho de Ministros da SADC, o embaixador e ministro das Relações Exteriores de Angola, Téte António, referindo que o combate da doença constitui um desafio comum a nível da região.
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