Nauseda e Simonyte vão disputar 2.ª volta das presidenciais da Lituânia
O presidente lituano em exercício, Gitanas Nauseda, é o vencedor das eleições presidenciais de domingo, com 46,08% dos votos, com mais de 69% dos votos contados, mas não alcançou maioria absoluta para evitar uma segunda volta.
© PETRAS MALUKAS/AFP via Getty Images
Mundo Lituânia
A primeira-ministra, Ingrida Simonyte, a segunda mais votada, com 16,48% dos votos, e que perdeu contra o candidato independente em 2019, voltará a enfrentá-lo nas urnas em 26 de maio, na segunda volta das presidenciais.
Pouco depois da meia-noite de hoje, Gitanas Nauseda disse estar "disposto a dar um forte impulso para a vitória na segunda volta" e considerou ser "capaz de o fazer", embora admitindo que gostaria de ter vencido na primeira volta, segundo a agência EFE.
Já Ingrida Simonyte referiu que o seu "objetivo principal" nesta fase era chegar a uma segunda volta e declarou-se feliz por o ter conseguido, em declarações à televisão pública lituana LRT, citadas pela agência EFE.
A participação nas eleições de domingo foi de 59,4% dos 2.329.144 cidadãos inscritos nos cadernos eleitorais, a maior desde 1997, face aos 57,37% na primeira volta de 2019, segundo a Comissão Central Eleitoral, que irá anunciar hoje a contagem final.
As assembleias abriram na terça-feira para uma votação antecipada das presidenciais, com os eleitores também a pronunciarem-se em referendo sobre o estatuto de cidadania.
O Presidente da Lituânia, com poderes essencialmente protocolares, é o responsável máximo das Forças Armada, supervisiona com o Governo a política externa e de segurança e participa nas cimeiras da União Europeia e da NATO.
A Lituânia, antiga república soviética e hoje alinhada com as principais potências ocidentais, permanece um dos principais doadores da Ucrânia e destaca-se pelos significativos investimentos na área da defesa, com um orçamento atual de 2,75% do PIB.
O Governo dirigido por Simonyte deverá apresentar nas próximas semanas propostas destinadas a aumentar as despesas da defesa até 3% do PIB.
A Lituânia pretende designadamente utilizar estes fundos para adquirir carros de combate e novos sistemas de defesa antiaérea, e quando prevê acolher em permanência no seu território até 2027 uma brigada alemã de 5.000 soldados.
As difíceis relações entre Nauseda e os conservadores no poder da sua rival Simonyte têm motivado debates sobre política externa, em particular as relações com a China.
As relações bilaterais agravaram-se em 2021, quando Vilnius autorizou Taiwan a abrir uma embaixada com o nome da ilha, rompendo com a habitual prática diplomática que consiste em utilizar o nome da capital, Taipé, para evitar reações antagónicas de Pequim.
A China, que considera Taiwan parte do seu território e se opõe a qualquer apoio à ilha suscetível de lhe conferir legitimidade internacional, degradou as suas relações diplomáticas com Vilnius e bloqueou as suas exportações.
Esta decisão motivou uma forte controvérsia entre os políticos lituanos, com alguns a exigirem o restabelecimento das relações em nome da economia do país.
Entre os 2.000 observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) que são aguardados para acompanhar o escrutínio, incluem-se 20 observadores internacionais da Estónia, Letónia, Polónia, Ucrânia, Moldova, e ainda representantes do Fundo de assistência eleitoral dos Estados Unidos e do gabinete na Ucrânia do Fundo para sistemas eleitorais (IFES).
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