Masra reconhece derrota nas presidenciais no Chade
O primeiro-ministro do Chade, Succès Masra, que se presumia vencedor das eleições presidenciais, admitiu hoje que não haverá qualquer recurso legal contra a eleição de Mahamat Déby, e apelou aos seus apoiantes para continuarem "pacificamente" o "combate político".
© ISSOUF SANOGO/AFP via Getty Images
Mundo Chade
O general Mahamat Idriss Déby Itno, chefe da junta militar no poder há três anos, foi eleito Presidente do Chade, com 61% dos votos, nas eleições realizadas no passado dia 06, segundo os resultados definitivos hoje anunciados pelo Conselho Constitucional.
Há uma semana, Masra proclamou-se vencedor das eleições.
Uma hora depois de o Conselho Constitucional ter anunciado que tinha rejeitado o pedido de anulação apresentado, Masra reconheceu a derrota numa "mensagem à nação" divulgada nas redes sociais.
"Com esta decisão do Conselho Constitucional (...) esgotámos todas as vias legais nacionais e, mesmo que não concordemos com os números anunciados hoje, não restam outras vias legais a nível nacional", declarou.
A decisão do Conselho Constitucional "é vinculativa para todos os atores", escreveu, acrescentando: "as reivindicações do povo exigem que encontremos uma resposta política que vá para além das soluções jurídicas".
"Peço-vos que se mantenham mobilizados e que permaneçam pacíficos", concluiu o primeiro-ministro, economista de formação e que tem 40 anos.
Masra foi um dos mais ferozes opositores de Déby antes de se tornar chefe do seu Governo há quatro meses.
Segundo o Conselho Constitucional, Masra ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais, com 18,54% dos votos expressos.
O seu partido denunciou, há uma semana, o sufrágio como "farsa eleitoral".
A questão que se coloca agora é saber se continuará a ser primeiro-ministro.
A oposição tinha qualificado Masra de "traidor" depois de este ter assinado um "acordo de reconciliação" com o general Déby, que o nomeou primeiro-ministro em 01 de janeiro.
Em 09 de maio, algumas horas antes do anúncio dos resultados oficiais provisórios, Masra reivindicou "a vitória na primeira volta", de acordo com uma compilação de votos efetuada pelos seus ativistas em todo o país.
A eleição marca o fim de uma transição militar de três anos e a reposição da normalidade constitucional no país, mas muitos observadores consideram que tudo foi preparado para manter no poder a "dinastia" Déby, após a morte do pai de Mahamat, o ditador Idriss Déby Itno, alegadamente derrubado na frente de combate por um grupo rebelde em abril de 2021.
Mahamat Déby foi apoiado desde o início pelo exército, em abril 2021, e por parte da comunidade internacional - liderada pela França - que se apressou a condenar golpistas noutras partes de África.
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