China adverte comunidade internacional para não interferir em Hong Kong
A China advertiu hoje os críticos internacionais da lei de segurança nacional de Hong Kong de que devem deixar de interferir, depois da detenção de sete pessoas por apelos à desobediência nas redes sociais.
© Reuters
Mundo Hong Kong
"Aconselhamos os países e os líderes políticos (...) a deixarem imediatamente de interferir nos assuntos de Hong Kong e nos assuntos internos da China", afirmou um porta-voz do comissário da diplomacia chinesa no território, citado pela agência francesa AFP.
As detenções ocorreram na terça-feira e o secretário para a segurança de Hong Kong, Chris Tang, relacionou as mensagens com os 35 anos da repressão da revolta de Tiananmen, em Pequim, em 04 de junho de 1989.
Um dos detidos é Tonyee Chow Hang-tung, o antigo organizador da vigília anual que assinalou durante décadas o chamado "massacre de Tiananmen", quando o exército chinês pôs fim de forma sangrenta à revolta iniciada por estudantes.
Segundo a polícia de Hong Kong, os atos contrários à nova lei de segurança nacional começaram em abril, e os suspeitos tinham como alvo uma "data sensível".
A lei de segurança nacional foi imposta pelo Partido Comunista Chinês a Hong Kong em 2020.
O Reino Unido, os Estados Unidos e outros países ocidentais criticaram Pequim por restringir as liberdades prometidas quando a antiga colónia britânica foi devolvida à China em 1997.
Os críticos consideram que a lei contraria o acordo sino-britânico, segundo o qual Hong Kong manteria o modo de vida, incluindo direitos e liberdades, até 2047.
Ao abrigo da lei de segurança nacional, um tribunal de Hong Kong declarou hoje 14 ativistas pró-democracia culpados de subversão por terem realizado primárias não oficiais em 2020 para selecionar candidatos da oposição ao parlamento local.
A sentença está prevista para o final do ano e os arguidos incorrem em penas que podem chegar a prisão perpétua.
Os três juízes nomeados pelo governo de Hong Kong para lidar com casos ligados à lei de segurança nacional absolveram dois ex-conselheiros distritais da acusação de "conspiração para subverter o poder do Estado".
A acusação anunciou que vai recorrer da decisão.
O tribunal terá ainda de decidir sobre outros 31 acusados no mesmo processo, no maior julgamento realizado em Hong Kong ao abrigo da lei de segurança nacional.
O caso tem sido seguido de perto pela comunidade internacional e diplomatas de vários países da União Europeia estiveram hoje no tribunal.
A detenção dos principais arguidos em janeiro de 2021 levou os Estados Unidos a impor sanções a seis funcionários chineses e de Hong Kong.
O cônsul-geral dos Estados Unidos em Hong Kong, Gregory May, declarou em maio que Washington iria "acompanhar de perto os veredictos esperados e as respetivas sentenças".
Leia Também: Hong Kong condena 14 pessoas por realizarem primárias não oficiais
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