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Paris apela para "maior contenção” entre Israel e Líbano

França declarou-se hoje “extremamente preocupada com a gravidade da situação no Líbano”, devido à “intensificação dramática” da violência na fronteira com Israel, apelando a “todas as partes para que usem da maior contenção”.

Paris apela para "maior contenção” entre Israel e Líbano
Notícias ao Minuto

16:52 - 27/06/24 por Lusa

Mundo MNE

Segundo o porta-voz adjunto do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) francês, Christophe Lemoine, o país, que insta à “aplicação da Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, continua “totalmente empenhado em impedir qualquer risco de escalada do conflito na Linha Azul e em promover uma solução diplomática”.

A Linha Azul é a linha de demarcação definida pela ONU entre o Líbano e Israel.

Esta declaração surge depois de o Canadá e a Alemanha terem esta semana apelado aos seus cidadãos para abandonarem o Líbano o mais rapidamente possível.

De momento, o MNE francês não tem planos para retirar os seus cidadãos do Líbano, mas reitera que continua a ser “imperativamente recomendado” aos cidadãos franceses que não viajem para o Líbano.

Os cidadãos franceses que se encontram atualmente no Líbano por razões pessoais e/ou profissionais “são instados a, sempre que possível, adiar todas as deslocações ao sul do Líbano e a adotarem a máxima vigilância”.

Cerca de 23.000 franceses residem naquele país.

O Exército israelita e o movimento político-militar xiita Hezbollah – que possui uma forte implantação no Líbano e é apoiado pelo Irão – estão envolvidos em fogo cruzado desde 08 de outubro, um dia após o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas e de outras fações palestinianas em território israelita que fizeram 1.194 mortos, na maioria civis, e 251 reféns, e o início da retaliação israelita sobre a Faixa de Gaza, em curso há mais de oito meses e que fez quase 38.000 mortos e mais de 85.000 feridos, também maioritariamente civis.

As tensões na fronteira entre o Líbano e Israel agravaram-se nas últimas semanas, e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, advertiu recentemente de que o Exército israelita “está preparado para uma ação muito poderosa” na fronteira com o Líbano, ao passo que o próprio Exército garante ter um “plano preparado”.

Em resposta, o ‘número dois’ do Hezbollah, Naim Qassem, assegurou que um alastramento do conflito na Faixa de Gaza ao Líbano implicaria “devastação e destruição” em Israel.

O fogo cruzado e os ataques aéreos israelitas intensificaram-se nas últimas semanas, suscitando receios de uma guerra aberta entre as duas partes.

Diversos analistas consideram que este cenário de conflito aberto poderá ocorrer durante o verão.

O Governo de Israel tem subido o tom nas últimas semanas contra o poderoso movimento apoiado pelo Irão, e o Exército israelita anunciou recentemente a aprovação de planos operacionais para uma ofensiva em território libanês.

O Hezbollah afirma que, desde 08 de outubro, já efetuou mais de 2.100 operações militares contra Israel, e na semana passada intensificou os seus ataques contra alvos militares no norte do país, após a morte de um dos seus principais comandantes num bombardeamento israelita.

Mais de oito meses de violência provocaram pelo menos 473 mortos no Líbano, na maioria combatentes do movimento xiita libanês, e 92 civis, além de dezenas de milhares de deslocados, segundo as autoridades locais.

De acordo com Israel, foram mortos no mesmo período 15 soldados e 11 civis israelitas.

Uma diplomata observou recentemente que a situação está num impasse, com o Hezbollah, por um lado, “a não querer entrar em negociações enquanto não houver um cessar-fogo em Gaza”, e Israel, por outro lado, a querer garantias de segurança para deixar regressar a casa as dezenas de milhares de israelitas no norte do país que foram retirados da zona depois de 07 de outubro.

“Houve uma proposta de solução diplomática” por parte de França, combinada com esforços norte-americanos, sublinhou a diplomata. Mas o plano francês não conseguiu até agora acalmar as hostilidades.

Essa proposta gira em torno da Resolução 1701 da ONU, adotada após a guerra de 2006 entre o Hezbollah e Israel, que estipula que só o Exército libanês e as forças de manutenção de paz da ONU podem ser destacados para o sul do Líbano, excluindo o Exército israelita e milícias, entre as quais o Hezbollah.

Leia Também: Embaixada dos EUA no Líbano aconselha cidadãos a evitar país

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