Primeiro-ministro do Haiti retirado de hospital após tiros de gangues
O primeiro-ministro do Haiti, Garry Conille, foi retirado ileso na segunda-feira de uma área da capital do Haiti, onde membros de gangues abriram fogo, disse uma fonte governamental.
© Guerinault Louis/Anadolu via Getty Images
Mundo Haiti
O líder haitiano estava a terminar uma visita ao Hospital Universitário do Estado, o maior do país, quando indivíduos dispararam armas automáticas na área, disse um funcionário do governo, que pediu para não ser identificado, à agência de notícias France-Presse.
A mesma fonte acrescentou que Conille conseguiu sair das instalações em segurança, escoltado por polícias haitianos e agentes quenianos da missão de segurança multinacional apoiada pela ONU.
Num vídeo publicado pelos meios de comunicação haitianos, vários polícias podem ser vistos a correr para se abrigarem enquanto os tiros eram disparados.
O estabelecimento médico está localizado numa área controlada por gangues no centro da capital e o próprio hospital esteve sob o controlo dos bandos entre o final de fevereiro e o início de julho, altura em que a polícia haitiana conseguiu recuperar o controlo.
Nos últimos meses, a violência em Porto Príncipe agravou uma grave crise humanitária. A ONU indicou que cerca de 600 mil pessoas estão deslocadas no país, um aumento de 60% desde março.
Os bandos, que dominam grande parte da capital, foram acusados de numerosos assassínios, violações, pilhagens e raptos para obtenção de resgate, situação que se agravou no início do ano, quando decidiram unir forças para derrubar o muito contestado antigo primeiro-ministro Ariel Henry.
Desde a saída de Henry foram criadas autoridades de transição para trabalhar no restabelecimento do país, com o apoio de uma missão multinacional apoiada pela ONU e liderada pelo Quénia.
O país, devastado pela violência e pela corrupção, não tem chefe de Estado desde o homicídio de Jovenel Moïse em 2021.
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