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Mais de 40 mil deslocados na capital do Haiti em dez dias

Mais de 40 mil pessoas foram deslocadas em dez dias na capital haitiana devido a uma nova vaga de violência, revelou hoje a Organização Internacional para as Migrações (OIM), descrevendo a pior onda de deslocações em dois anos.

Mais de 40 mil deslocados na capital do Haiti em dez dias
Notícias ao Minuto

26/11/24 06:19 ‧ Há 2 Horas por Lusa

Mundo Haiti

Entre 11 e 20 de novembro, 40.965 pessoas foram deslocadas na metrópole de Porto Príncipe devido a esta violência que envolve gangues armados e algumas foram forçadas a fugir pela segunda ou mesmo terceira vez, detalhou a agência da ONU para as migrações.

 

"A escala destes deslocamentos não tem precedentes desde o início da nossa resposta à crise humanitária no Haiti em 2022", frisou Grégoire Goodstein, chefe da OIM para o Haiti, citado num comunicado.

No total, mais de 700 mil pessoas estão deslocadas neste país das Caraíbas afetado pela violência.

"Esta crise não é apenas um desafio humanitário. É um teste à nossa responsabilidade coletiva", insistiu Grégoire Goodstein, sublinhando a dificuldade das equipas da ONU em cumprir a sua missão devido às condições de insegurança.

Também hoje a Unicef denunciou que o número de crianças recrutadas por grupos armados no Haiti aumentou 70% no espaço de um ano e estas constituem quase metade dos elementos dos gangues no país caribenho.

"Este pico sem precedentes, registado entre os segundos trimestres de 2023 e 2024, mostra um agravamento da crise de proteção da criança", declarou no domingo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em comunicado.

O Haiti sofreu durante décadas de instabilidade política crónica e de uma crise de segurança ligada à presença de gangues armados acusados de assassinatos, raptos e violência sexual em grande escala.

Há duas semanas que Porto Príncipe e as comunidades vizinhas enfrentam um novo surto de violência alimentado pela "Viv Ansanm" (Viver Juntos), uma aliança de gangues formada em fevereiro e que conseguiu derrubar o então primeiro-ministro, Ariel Henry.

Estes grupos, que controlam cerca de 80% da capital, Porto Príncipe, atacam regularmente civis, apesar do envio, este ano, de uma missão multinacional de apoio à segurança, liderada pelo Quénia e apoiada pela ONU.

Após semanas de luta pelo controlo do Governo, o sucessor, Garry Conille, acabou por ser demitido pelo Conselho Presidencial de Transição, que nomeou para o lugar Alix Didier Fils-Aimé.

Leia Também: Número de crianças recrutadas por gangues no Haiti aumenta 70%

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