UE condena uso excessivo de força e atropelamento de mulher por militares
A União Europeia (UE) condenou hoje a "utilização excessiva de força" e exigiu o fim da "repressão violenta das manifestações" em Moçambique, depois das "imagens chocantes" de um veículo militar a atropelar uma mulher.
© Reuters
Mundo Moçambique
Na rede social X (antigo Twitter), o porta-voz da diplomacia da UE Peter Stano escreveu que "são chocantes as imagens de um veículo das forças de segurança a atropelar" pessoas em Maputo.
"A utilização excessiva de força e a repressão violenta das manifestações têm de parar. Os direitos da população de se insurgirem e protestarem pacificamente têm de ser assegurados", acrescentou Peter Stano.
As Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) assumiram na quarta-feira terem atropelado uma jovem na capital moçambicana, esclarecendo que o veículo se encontrava "numa missão de proteção de objetos económicos" contra manifestantes e que a vítima foi socorrida.
"Esta viatura encontrava-se em missão de proteção de objetos económicos essenciais, limpeza e desbloqueio das vias de circulação, no âmbito das manifestações pós-eleitorais e fazia parte de uma coluna militar devidamente sinalizada", lê-se num comunicado de imprensa do Ministério da Defesa de Moçambique a que a Lusa teve acesso.
No documento é referido que a vítima foi "prontamente socorrida" no Hospital Central de Maputo, garantindo que se encontra a receber tratamento hospitalar adequado.
Uma fonte familiar confirmou à Lusa que a jovem foi atropelada na manhã de quarta-feira e se encontra em estado grave
Pelo menos três pessoas morreram e outras cinco ficaram feridas devido ao disparo de tiros na quarta-feira em Moçambique nas manifestações de contestação dos resultados eleitorais, indicou a Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana Plataforma Eleitoral Decide.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane tinha apelado na terça-feira à população moçambicana para, durante três dias, começando quarta-feira, abandonar os carros a partir das 08:00 nas ruas, com cartazes de contestação eleitoral, até regressarem do trabalho.
Venâncio Mondlane tem convocado estas manifestações, que degeneram em confrontos com a polícia, como forma de contestar a atribuição da vitória a Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), com 70,67% dos votos, segundo os resultados anunciados em 24 de outubro pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.
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