Eleição do Presidente do Líbano marcada para 09 de janeiro
O parlamento do Líbano vai reunir-se em 09 de janeiro para eleger um Presidente da República, num país que está sem chefe de Estado há mais de dois anos, anunciou hoje a agência oficial libanesa.
© Lusa
Mundo Médio Oriente
"O presidente do parlamento, Nabih Berri, convocou uma sessão para eleger um Presidente da República no dia 09 de janeiro", noticiou a agência nacional oficial ANI, citada pela francesa AFP.
Berri fez o anúncio ao parlamento um dia depois da entrada em vigor de um cessar-fogo entre Israel e o grupo xiita Hezbollah.
"Tinha prometido a mim próprio que, imediatamente após o cessar-fogo, marcaria uma data para a sessão de eleição do Presidente da República, pelo que anuncio desde já que a sessão será marcada para 09 de janeiro", disse Berri aos deputados.
O cessar-fogo de 60 dias entre o Hezbollah e Israel entrou em vigor às 04:00 locais de quarta-feira (menos duas horas em Lisboa), após mais de um ano de combates que causaram milhares de mortos.
A última vez que o parlamento libanês, composto por 128 deputados, se reuniu para tentar eleger o Presidente da República foi em 14 de junho de 2023, segundo a agência espanhola EFE.
Essa foi a décima segunda tentativa falhada de encontrar um sucessor para Michel Aoun (2016-2022), cujo mandato terminou há mais de dois anos.
Perante a impossibilidade política de encontrar um candidato que obtivesse o apoio da maioria do hemiciclo, Berri decidiu, na altura, não convocar mais votações, na esperança de obter um maior consenso num parlamento dividido em blocos políticos e religiosos.
Durante todo o período de conflito entre Israel e o Hezbollah, o Líbano permaneceu sem presidente e com um governo de gestão, uma situação que foi muito criticada pela comunidade internacional.
As instâncias internacionais exigem um representante legítimo do país para tratar de questões como a paz, a reconstrução e a ajuda financeira de que o Líbano necessita desesperadamente.
Todos os dirigentes políticos libaneses disseram que trabalhariam para desbloquear as eleições assim que os bombardeamentos israelitas cessassem e se chegasse a um cessar-fogo.
As autoridades estrangeiras que visitaram o país durante os meses de violência manifestaram a mesma opinião.
Algumas dessas autoridades alertaram para tentativas externas de tirar partido do conflito e da fraqueza do Hezbollah, cujos dirigentes e infraestruturas foram gravemente afetados, para impor um candidato.
O Acordo de Taif, que pôs fim à guerra civil (1975-1990), estabeleceu que o cargo de Presidente da República está reservado a um cristão maronita, o de presidente do parlamento a um muçulmano xiita e o de primeiro-ministro a um muçulmano sunita.
Durante a última votação, dois candidatos maronitas estiveram perto de obter a maioria necessária: Jihad Azour, atual chefe do departamento do Médio Oriente e da Ásia Central do Fundo Monetário Internacional (FMI), e Suleiman Frangieh, líder do Movimento Cristão Marada.
Azour, um independente, obteve 60 votos, apenas cinco a menos do que a maioria necessária, enquanto Frangieh, que é apoiado pelo Hezbollah e pelo Amal obteve 51.
Berri, líder do influente movimento xiita Amal, foi o principal interlocutor do Hezbollah para o acordo de cessar-fogo.
Num discurso ao país após o início da trégua, pediu a rápida eleição de um Presidente da República e a unidade aos libaneses.
"Precisamos urgentemente de unidade nacional entre todo o povo libanês", afirmou Berri na quarta-feira.
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