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Chefe da diplomacia turca acusa UE de "humilhar" a Turquia

O chefe da diplomacia turca, Mevlüt Cavusoglu, acusa a União Europeia de "humilhar" a Turquia, e condiciona novamente o respeito do acordo migratório UE-Turquia à supressão dos vistos, numa entrevista ao jornal alemão Bild publicada hoje.

Chefe da diplomacia turca acusa UE de "humilhar" a Turquia
Notícias ao Minuto

06:49 - 15/08/16 por Lusa

Mundo Mevlüt Cavusoglu

"O povo turco está traumatizado" depois da tentativa de golpe de 15 de julho, e os europeus "humilham-nos em vez de ajudar a Turquia", disse Cavusoglu ao jornal alemão, deplorando o congelamento das negociaºções de adesão à união Europeia e as discussões sobre a isenção de vistos para os cidadãos turcos.

Para o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Ancara trabalhou "como poucos países para atingir as condições de adesão à UE", mas em troca só colheu "ameaças, insultos e um bloqueio total" por parte dos 28 estados-membros.

"Eu questiono-me: qual foi o crime que nós cometemos? Porque esta hostilidade?", continuou Cavusoglu, que na quarta-feira já tinha acusado a União Europeia de ter fomentado o sentimento anti-europeu na Turquia, "favorecendo" ou mesmo "encorajando" os autores da tentativa de golpe.

Mevlüt Cavusoglu exigiu novamente a supressão dos vistos para os cidadãos turcos, contrapartida do acordo migratório UE-Turquia concluído em março com o intuito de conter as travessias de imigrantes ilegais das costas turcas para as ilhas gregas.

Nesse acordo, a Turquia comprometeu-se a aceitar de volta os imigrantes que chegassem do seu território às ilhas gregas de forma ilegal e, em troca, a UE prometia uma ajuda de até 6.000 milhões de euros.

Por cada imigrante sírio enviado de volta à Turquia, outro refugiado sírio poderia abandonar o país legalmente e entrar diretamente na UE.

O pacto incluía também a supressão de vistos, mas este último ponto, que deveria entrar em vigor em junho, continua pendente porque Bruxelas considera que Ancara ainda não com cumpriu todos os requisitos e deve reformar a sua lei antiterrorista para cumprir com os padrões europeus.

No ano passado, centenas de milhares de migrantes atravessaram o mar Egeu em condições dramáticas e perigosas para chegar à Grécia.

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