Turquia acusa Europa de virar-se para a "barbárie e o fascismo"
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco acusou hoje a Europa de regressar aos valores que prevaleciam antes da Segunda Guerra Mundial, como "a barbárie e o fascismo", num contexto de crescentes tensões com a Alemanha.
© Reuters
Mundo Mevlüt Cavusoglu
No domingo, no decurso de um debate eleitoral, a chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou pretender o fim das negociações sobre a adesão da Turquia à União Europeia (UE).
Mevlüt Cavusoglu considerou que a Europa "caminha em direção aos valores da era que antecedeu a Segunda Guerra Mundial ... barbárie, fascismo, violência, intolerância".
Em comunicado, o seu ministério também acusou os dirigentes políticos alemães de encorajarem a "islamofobia", sublinhando que a Turquia ajudou a Europa durante o que definiu como "importante caos", numa referência à chegada de centenas de milhares de refugiados à Europa em 2015.
Na noite de domingo, durante um debate televisivo e quando se aproximam as eleições legislativas alemãs de 24 de setembro, a Angela Merkel defendeu o fim das negociações sobre a adesão da Turquia à UE, suscitando uma dura reação de Ancara, e quando se multiplicam as acusações entre a Turquia e a Alemanha, ambos Estados-membros da NATO.
Hoje, o ministro dos Assuntos europeus turco, Omer Celik, criticou o "populismo" dos dirigentes políticos na Alemanha. O porta-voz do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, referiu-se por sua vez à "ausência de visão" e à "submissão ao populismo" da chanceler alemã.
As relações entre a Turquia e a Alemanha agravaram-se desde o fracassado golpe de Estado de 15 de julho de 2016, imputado por Ancara ao predicador exilado Fethullah Gülen, que nega as acusações.
Desde há meses que Berlim denuncia as purgas desencadeadas pelo Estado turco na sequência do golpe falhado, e acusa Ancara de manter sob detenção 11 cidadãos alemães, alguns com dupla nacionalidade, por "motivos políticos".
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