PSP em greve de fome foi recebido na presidência mas mantém protesto
O presidente do Sindicato Unificado da PSP, que iniciou hoje uma greve de fome "por tempo indeterminado" em defesa dos polícias, foi recebido por duas assessoras do Presidente da República, a quem expôs as razões do protesto, que pretende continuar.
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País Sindicatos
Peixoto Rodrigues disse à agência Lusa que explicou às duas assessoras de Marcelo Rebelo de Sousa as cinco reivindicações do seu sindicato e de outras estruturas sindicais da PSP, mas uma vez que o Presidente não pode tomar decisões nesse sentido, caso o ministro da Administração Interna não apresente solução a greve à ingestão de alimentos sólidos irá manter-se.
"O Presidente não pode tomar decisões nesta matéria e enquanto o ministro não apresentar uma proposta para resolver a questão vamos manter o protesto", afirmou Peixoto Rodrigues.
Questionado sobre como se sente psicológica e fisicamente, o sindicalista disse sentir-se "bem" e que ao longo de todo o dia só ingeriu água.
O protesto foi iniciado hoje às 10:00 em Lisboa, frente ao Palácio de Belém, sendo uma "ação programada e planeada a favor da PSP" e exigindo garantias do Governo em resposta a várias reivindicações.
"É uma ação programada e planeada, que não é contra ninguém, mas sim a favor da PSP. Os polícias fazem parte de um corpo especial da administração pública e são dos poucos que não têm direito à greve. Há várias reivindicações em cima da mesa que são do conhecimento do Ministério da Administração Interna desde o ano passado e sem qualquer tipo de resposta ou de início de negociação", afirmou Peixoto Rodrigues em declarações à agência Lusa.
O presidente do Sindicato Unificado da PSP e dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos de Polícia (Fenpol) diz que só há duas formas para terminar a greve de fome: ter "garantias da tutela para resolução" das reivindicações dos profissionais ou "ter problemas de saúde e ter de ser hospitalizado".
Os profissionais contestam o incumprimento de uma decisão do Supremo Tribunal Administrativo que condenou o Estado a pagar os suplementos remuneratórios desde 2010 durante os períodos de férias.
Outra das exigências é o aumento imediato do suplemento por serviço nas forças de segurança, bem como a indexação dos suplementos de serviço, partilha, turno, piquete e comando à remuneração principal de cada elemento policial.
A Fenpol quer ainda a "revisão imediata" do fator de sustentabilidade aplicado aos profissionais da PSP que se aposentaram em 2014 e 2015, que causou uma perda do valor da pensão de aposentação.
Os profissionais também contestam a existência de dois subsistemas (Caixa Geral de Aposentações e Segurança Social) consoante a data em que os elementos da PSP foram incorporados, o que impõe regras distintas aos profissionais.
Questionado pela Lusa, Peixoto Rodrigues negou que esta ação de protesto se tenha inspirado na recente greve de fome do presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros (Sindepor), indicando que foi uma forma de luta "programada há muito tempo" e muito ponderada.
"É uma situação extrema e máxima de uma luta, não é inspiração em ninguém. É uma luta dos polícias e para os polícias", declarou.
Peixoto Rodrigues iniciou a greve de fome na véspera de uma manifestação de polícias organizada por vários sindicatos da PSP. A manifestação vai decorrer entre a Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública, na Penha de França, e em direção ao Ministério da Administração Interna, na praça do Comércio.
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