Meteorologia

  • 24 NOVEMBER 2024
Tempo
20º
MIN 16º MÁX 22º

Empresária nega ter burlado padre com publicidade em listas telefónicas

Uma das duas mulheres acusadas de burlar um padre com publicidade em listas telefónicas e roteiros negou hoje o crime, no início do julgamento, no tribunal da Feira.

Empresária nega ter burlado padre com publicidade em listas telefónicas
Notícias ao Minuto

12:30 - 06/06/19 por Lusa

País Feira

"Nesta fase estava grávida e nem estava na empresa. Nunca falei com o senhor padre", afirmou a mulher, que está acusada de um crime de burla qualificada, juntamente com outra arguida.

Perante o tribunal, a mulher, que foi sócia gerente de uma empresa de publicidade entretanto extinta, admitiu que foram feitos sete contratos com o assistente, adiantando que os montantes referidos na acusação do Ministério Público (MP) foram pagos e os serviços foram prestados.

A empresária negou, contudo, a existência de contactos para o assistente a dizer que tinha uma divida. "Não estava lá, mas posso garantir que as minhas funcionárias não falaram assim. Não admitia que falassem desses modos porque senão eram despedidas", afirmou.

A segunda arguida, que foi sócia gerente de uma outra empresa do mesmo ramo, optou por não prestar declarações no início do julgamento.

O processo chegou a ter oito arguidos, mas só dois chegaram a julgamento porque os restantes chegaram a acordo com o pároco para pagar parte dos prejuízos causados e duas das sociedades arguidas já estão extintas.

Segundo a acusação do MP, o esquema durou entre agosto de 2010 e fevereiro de 2011, causando um prejuízo de mais de cem mil euros às paróquias de Milheirós de Poiares (Feira) e Macieira de Sarnes (Oliveira de Azeméis), onde o padre exercia funções.

Durante este período, os arguidos terão contactado dezenas de vezes o pároco, convencendo-o a pagar faturas de publicidade em listas telefónicas, inserida à sua revelia e sem a prévia assinatura de contrato publicitário.

A vítima estranhava os contactos porque sabia que não tinha celebrado nenhum contrato de publicidade, mas os arguidos ameaçavam que se não pagasse a dívida esta iria ser exigida judicialmente e o padre, devido ao seu estado de saúde e à sua idade avançada, acabava por fazer o pagamento.

"A Paróquia, como instituição de acolhimento a quem precisa, não se pode dar ao luxo de gastar/esbanjar dinheiro, que é fruto das ofertas dos fiéis, em coisas supérfluas, quando tem tantas carências a quem dar resposta imediata (...). Já gastámos convosco muito para além do nosso parco orçamento. E o povo não nos perdoa!", escreveu o padre, numa carta enviada a uma das empresas, onde pedia o cancelamento de futuras edições.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório