Grupo de detidos por tráfico de armas inclui serralheiro que as adaptava
Um dos 12 detidos na terça-feira por tráfico e mediação de armas, em vários concelhos dos distritos do Porto e Braga, é um serralheiro, acusado de adaptar as armas de menor calibre, anunciou hoje a Polícia Judiciária (PJ).
© Global Imagens
País Norte
"Contavam com a colaboração de um dos indivíduos que foi detido que era serralheiro e conseguia arranjar e manipular armas que, previamente, não eram armas para deflagrar munições. Ele adaptava os canos e depois comercializavam as armas já aptas a disparar", explicou o Coordenador de Investigação Criminal da PJ, Manuel Santos, em conferência de imprensa.
Esta operação implicou 28 buscas, das quais 25 domiciliárias, duas em estabelecimentos e uma numa instituição bancária, nas zonas de Braga, Amares, Póvoa do Lanhoso, Felgueiras, Fafe, Santo Tirso, Póvoa de Varzim e Vila do Conde, nos distritos do Porto e Braga.
A polícia apreendeu dezenas de armas, de diversos calibres e géneros, incluindo pistolas, revólveres, carabinas, caçadeiras, facas, soqueiras, e milhares de munições.
Segundo Manuel Santos, o conjunto apreendido incluía também armas cujo calibre não sofreu alterações, já que apenas as de calibre inferior foram adaptadas.
O coordenador de investigação criminal garantiu que o 'núcleo duro' do grupo -oito pessoas - foi detido com recurso a mandados de detenção.
Já as restantes quatro detenções aconteceram em flagrante delito, tendo a PJ verificado durante as buscas que estavam na posse armas e ou munições ilegais.
"A partir do momento em que as armas são comercializadas a polícia não consegue definir o fim a que se destinam, sendo certo que achamos sempre possível que possam cair nas mãos erradas e que sejam utilizadas na prática de outros crimes", vincou o coordenador da investigação.
A PJ salientou que a comercialização das armas decorria em formato de "bola de neve", ou seja, "as pessoas faziam contacto" e, depois, "acabavam por tomar conhecimento de que alguém tem armas para comercializar".
Manuel Santos referiu ainda que um dos detidos tinha um cofre bancário que continha dinheiro, três armas e munições, tendo sido apreendido com mandado do juiz.
Os detidos têm entre 30 e 75 anos, sendo que um deles tem já antecedentes por crimes semelhantes, bem como por crimes contra a propriedade e integridade física.
A investigação começou em fevereiro de 2020, sendo que a PJ não consegue apurar se os crimes começaram antes dessa data.
Nestas diligências estiveram envolvidos cerca de 100 elementos da PJ, através da Diretoria do Norte e do Departamento de Investigação Criminal de Vila Real.
Os detidos foram hoje de tarde presentes a juiz no DIAP regional do Porto.
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