Paços do Concelho do Porto vão ter cores da Palestina e do Líbano
O executivo da Câmara do Porto aprovou esta segunda-feira, por maioria, projetar a bandeira da Palestina na fachada do edifício dos Paços do Concelho em solidariedade com o povo palestiniano, bem como a bandeira do Líbano.
© Diego Delso / Wikipedia
País Porto
A recomendação foi aprovada com os votos favoráveis do PS, BE, CDU e da maioria dos vereadores do movimento independente, à exceção de Catarina Araújo, que votou contra, assim como o PSD.
Esta é a segunda vez que o BE recomenda a projeção da bandeira da Palestina na fachada do edifício da câmara, depois de em junho uma proposta idêntica ter sido rejeitada, com o voto contra do presidente, de três vereadores do movimento independente e do PSD, com a abstenção de dois vereadores do movimento independente, e com o voto favorável do BE, CDU, PS e da vereadora independente.
À margem da reunião privada, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou que a forma como foi apresentada a recomendação, "seguindo as deliberações tomadas pelo Tribunal Penal Internacional", fundamentam a mudança de posição.
"Solicitei que fosse incluída a bandeira do Líbano, na medida em que também no Líbano a situação de civis indefesos neste momento nos preocupa", referiu, esclarecendo que a projeção só poderá acontecer depois de desmontada a árvore de Natal que se encontra em frente aos Paços do Concelho.
"Acho que a árvore deve sair a seguir ao Reis e, seguramente, durante o mês de janeiro estamos em condições de implementar tais medidas", acrescentou.
Pelo BE, o vereador Sérgio Aires saudou a aprovação, lembrando que a proposta "não era tão diferente da primeira", mas que "o tempo é outro".
"O tempo é que é outro e acabou por fazer com que a sensibilidade das pessoas mudasse", referiu, lamentando, no entanto, que se tenha de esperar pelo fim das festividades.
"O dia 29 de novembro é o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano. Seria o dia indicado para fazer isso", considerou.
A vereadora Ilda Figueiredo, da CDU, considerou que a iluminação é "a afirmação do Porto como uma cidade que defende a liberdade e os direitos fundamentais".
Para o socialista Tiago Barbosa Ribeiro, a iluminação é "uma posição meramente simbólica do pouco que o município pode fazer perante a situação absolutamente dramática que se vive sobretudo em Gaza".
Já pelo PSD, a vereadora Mariana Macedo afirmou que, apesar de repudiar a guerra no Médio Oriente, a situação não deve ser bipolarizada e o município "deve ter um papel moderador", evitando "tomar grandes posições" e com isso "fazer com que existam mais extremos de violência".
Dizendo reconhecer o "gesto simbólico", Mariana Macedo afirmou que tal poderá "abrir precedentes para outras causas" e que o valor a gastar com a projeção poderia "ser vinculado para outras ações humanitárias e defesa de direitos humanos".
"Estamos a ser coerentes com a nossa votação, porque votamos sempre contra, portanto, não mudamos até então. Não digo que estas causas não têm importância que mereça especial atenção, acho é que esse precedente vai abrir que outras causas depois venham requerer o mesmo feito. Votamos sempre contra pelo ato simbólico que consideramos que nada tem de praticamente útil", acrescentou.
Neste mandato, a fachada dos Paços do Concelho foi iluminada com as cores de duas bandeiras, a da Ucrânia, depois da invasão russa, e a de Israel, após os ataques do Hamas.
As respetivas projeções não foram deliberadas pelo executivo camarário, tendo sido iniciativas do próprio município.
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