Almada. Praias do concelho sem registo de mortes por afogamento este ano
As praias do concelho de Almada registaram 762 ocorrências de abril a outubro, 263 das quais foram salvamentos, sem que tenham sido verificados óbitos por afogamento durante este período, segundo dados divulgados hoje pela Autoridade Marítima Nacional.
© Lusa
País Afogamento
Desde abril que as praias do concelho de Almada, numa extensão de 18 quilómetros, passaram a ter vigilância anual, sendo assim, segundo a vereadora da Proteção Civil e Segurança, Francisca Parreira, o único município do país com assistência das praias durante todo o ano.
Esta assistência permanente 365 dias por ano, que se iniciou em 2021, é feita através da conjugação dos programas Praia Protegida - um plano municipal de apoio à vigilância e assistência aos banhistas em Almada durante a época pré-balnear, balnear e pós-balnear - e Praia Segura, da Autoridade Marítima Nacional (AMN).
O programa Praia Protegida foi firmado em 2018 entre a câmara, AMN, a Capitania do Porto de Lisboa, as corporações de bombeiros de Cacilhas e da Trafaria e as associações de nadadores-salvadores e, segundo vereadora, foi evoluindo ao longo deste período para permitir agora que a assistência seja feita o ano inteiro, tendo um investimento camarário de mais de 120 mil euros para 2021.
De acordo com os dados hoje apresentados, as 762 ocorrências entre abril e outubro correspondem a 892 pessoas assistidas, das quais 225 tiveram de ser transportadas para o Hospital Garcia de Orta, representando 25,2% do total, um dado que, segundo o coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil de Almada, António Godinho, revela a capacidade desta assistência de evitar deslocações desnecessárias ao hospital.
Esta referência foi também feita pelo capitão do Porto de Lisboa, comandante Diogo Vieira Branco.
"Apesar de terem havido evacuações para o Hospital Garcia de Orta correspondendo a 25%, muitos mais seriam se não tivesse havido estes dispositivo", disse.
Segundo o capitão do Porto de Lisboa, este é um dispositivo sem paralelo a nível nacional, pela sua dimensão de recursos humanos, pela dimensão de recursos materiais e pela dimensão geográfica, "com uma extensa área de areal e com uma quantidade de banhistas sem paralelo".
Durante a pré-época balnear, entre 01 de abril e 31 de maio, foram registadas 100 ocorrências e socorridas 134 pessoas, 27 das quais por salvamento no mar. Foram ainda registados quatro casos de crianças perdidas.
Na época balnear, de junho a setembro, foram registadas 625 ocorrências com 723 pessoas assistidas, 232 salvamentos, 49 casos de crianças perdidas e uma morte por paragem cardíaca.
Já no pós época balnear, que decorre de outubro até 31 de dezembro, foram registadas até ao final de outubro 37 ocorrências e 37 vítimas, quatro das quais por salvamento.
Para o programa Praia Protegida 2021 foram assinados em abril protocolos de colaboração com a Caparicamar --- Associação Juvenil de Resgate e Salvamento Aquático -, a Âncora --- Associação de Nadadores Salvadores da Fonte da Telha -, a NSRS Atântico --- Associação Nadadores Salvadores, Resgate e Salvamento Marítimo e a ANSFACC --- Associação de Nadadores Salvadores da Frente Atlântica Costa da Caparica.
Em declarações à agência Lusa, a vereadora da autarquia de Almada Francisca Parreira disse que esta conjugação e organização de recursos e meios permite melhores resultados com "mais e melhor segurança para os que desfrutam todos os dias" das praias do concelho de Almada.
"Não conheço até à data um município com um programa desta extensão. Até porque as alterações climáticas nos ensinam que a orla costeira e a frente de praias são visitadas anualmente e já não temos mais a questão da época balnear tradicional que inicia em junho e termina em setembro", disse.
A nível nacional, as autoridades registaram na época balnear deste ano 663 salvamentos e 2.518 ações de primeiros socorros nas praias portuguesas, ano em que ocorreram 14 mortes, menos uma do que em 2020.
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