Os três jovens detidos por agressões a um imigrante nepalês em Olhão, a 25 de janeiro, ficaram sujeitos à medida de coação de prisão preventiva. 

Em declarações à CNN Portugal, a defesa contestou a decisão, defendendo que a medida é "excessiva", por se tratarem de "jovens de 16 anos sem qualquer antecedente criminal".

Para André Caetano, que representa um dos jovens detidos neste processo, o "ambiente prisional não é adequado para miúdos tão jovens quanto estes", portanto, assim que houver condições, tentará reverter a medida de coação para prisão domiciliária.

Para já, os três detidos vão recolher ao estabelecimento prisional de Faro.

O advogado, que indicou ainda que o Tribunal justificou a decisão com o "alarme social" que o caso gerou e com a garantia da "ordem pública, acrescenta que os adolescentes estão arrependidos". "Praticaram atos completamente inconsequentes e estão bastante assustados", notou.

Os jovens, que foram ouvidos hoje de manhã em tribunal, estavam indiciados por cinco crimes de roubo, quatro crimes de ofensa à integridade física qualificada e um crime de dano com violência.

Recorde-se que três jovens foram detidos pela PSP na segunda-feira por agressões a um imigrante nepalês em Olhão, tendo sido no total identificados 11, entre os 14 e os 16 anos, por participarem ou presenciarem os atos.

Os detidos, todos com 16 anos, são "os mais ativos e violentos" do grupo, composto por oito rapazes e três raparigas, todos estudantes e residentes em Olhão.

"Foi possível relacionar o grupo com oito ocorrências, cinco por roubos e três de agressões, só no mês de janeiro", sublinhou o comandante distrital de Faro da PSP, Dário Prates.

A agressão cometida contra o imigrante nepalês em Olhão (distrito de Faro), que se tornou pública com a divulgação de um vídeo nas redes sociais, foi condenada pelas autoridades portuguesas, que consideraram tratar-se de "comportamentos inaceitáveis" que têm de ser "exemplarmente punidos".

Além da violenta agressão, que ocorreu em 25 de janeiro, o grupo roubou a mochila da vítima, que não apresentou queixa.

Conforme é visível no vídeo divulgado, o cidadão nepalês suplicou para que parassem de o agredir e lhe devolvessem pelo menos os seus documentos.

[Notícia atualizada às 12h17]

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