Escolas. Tutela prometeu acabar com precariedade dos técnicos superiores
A federação sindical representativa do pessoal não docente disse hoje que o Ministério da Educação prometeu lançar "para muito em breve" um concurso que acabará com a precariedade dos quase 2.400 técnicos superiores especializados nas escolas.
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País FESAP
"Foi-nos dito que está para muito em breve a abertura de um concurso para os 2.394 técnicos superiores especializados (TSE) que dão apoio às escolas e estão em situação precária", disse à Lusa José Abraão, secretário-geral da FESAP, no final da reunião com o secretário de Estado da Educação, António Leite.
O concurso deverá abranger todos os Técnicos Superiores Especializados (TSE) que atualmente trabalham nas escolas em situação precária, segundo um levantamento feito pela tutela, acrescentou José Abraão.
"Chamámos a atenção para a necessidade de através do concurso estes profissionais conseguirem aproximar-se de casa", afirmou o sindicalista, explicando que estes técnicos são psicólogos, terapeutas da fala, assistentes sociais ou interpretes de língua gestual e que, "tal como os professores, também andam com a casa às costas, ano após ano".
O secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (FESAP) revelou ainda ter alertado a tutela para a situação de centenas de TSE cujas mobilidades "vão terminar dentro de dias", obrigando-os a deixar as escolas e regressar ao seu serviço de origem.
"Alertámos para a necessidade dessas mobilidades serem prorrogadas e o secretário de Estado disse que, ao que tudo indica, nenhum trabalhador terá de regressar ao serviço de origem se se quiser manter na mobilidade", contou José Abraão.
A reunião de hoje destinava-se a discutir os problemas de todos os trabalhadores não docentes, "os parentes pobres da educação", lamentou.
A pensar nos assistentes operacionais, a FESAP voltou a defender a necessidade da criação de uma carreira de Técnico Auxiliar de Ação Educativa, semelhante ao que existia até 2009.
"A esmagadora maioria dos assistentes técnicos e dos operacionais precisam de 80 a 90 anos para chegar ao topo da carreira, sendo que a maioria nem a meio chega. Por isso é preciso criar uma carreira especifica para o pessoal não docente que lhes permita chegar ao topo da carreira", defendeu.
Além disso, a FESAP entende que é "preciso discutir os conteúdos funcionais da carreira para que uma pessoa que hoje está preparada para lidar com crianças numa escola não seja colocada amanhã numa outra função", defendeu, criticando os casos em que vão buscar pessoas sem qualquer formação aos centros de emprego.
José Abraão lembrou que estas são também classes profissionais envelhecidas - "a média de idades ronda os 47/48 anos" - e que muito em breve as escolas poderão sofrer por falta de profissionais.
A FESAP volta a reunir-se com responsáveis do ministério em abril, segundo o secretário-geral da federação.
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