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Diretor da FCH-Católica é o único português em painel sobre desinformação

O diretor da FCH-Católica Nelson Ribeiro é o único português até agora a integrar o novo painel internacional de investigação e estudos para o combate à desinformação IPIE, que integra mais de 200 investigadores, foi hoje divulgado.

Diretor da FCH-Católica é o único português em painel sobre desinformação
Notícias ao Minuto

14:43 - 23/05/23 por Lusa

País Desinformação

O International Panel on the Information Environment (IPIE) é apresentado na quarta-feira, no encontro Nobel Prize Summit 2023 e é composto "por mais de 200 investigadores e estudiosos em todo o mundo e conta com um português, o professor Nelson Ribeiro, que é o diretor da FCH-Católica e especialista na área" e membro fundador do painel.

Este painel reúne um conjunto de investigadores de todo mundo, "num esforço científico alargado, dedicado a analisar sistemas de manipulação de informação, fornecer avaliações neutras sobre a condição do ambiente de informação global e de avaliar as melhores soluções políticas para abordar ameaças à desinformação", lê-se no comunicado conjunto da universidade e do IPIE.

O IPIE foi criado no âmbito do Prémio Nobel 2021 e foi organizado de forma independente por investigadores de diferentes países.

Na quarta-feira serão apresentados o IPIE, os seus mais de 200 afiliados, painéis e agenda de investigação, bem como serão revelados novos resultados de investigação de dois relatórios originais que serão lançados em breve: o 'Global Information Environment Trends 2023: An Expert Survey' e a 'Platform Responses to Misleading Information'.

O primeiro é um relatório que resume as expectativas e receios dos analistas e investigadores que trabalham em diferentes mercados, identificando áreas de preocupação "mais prementes para a ação da classe política e para criadores da indústria tecnológica, assim como áreas em que são necessárias pesquisas e estudos mais profundos para a compreensão de alguns problemas e as prováveis soluções", refere o comunicado.

Já o segundo é uma "síntese multidisciplinar que avalia mais de 4.500 trabalhos de investigação científica, produzidos por especialistas de todos os continentes, incluindo países onde a manipulação algorítmica custa vidas e meios de subsistência".

Este relatório "identifica evidências sobre como melhorar as informações, com a intenção de ajudar líderes políticos globais a identificarem, testarem e/ou implementarem as soluções mais importantes", lê-se no documento.

"As diferentes e complexas crises que enfrentamos, como resultado da manipulação massiva da informação a nível mundial, é um problema global que está a custar milhares de milhões de dólares e milhões de vidas, pois agrava problemas sociais existentes, degrada a vida pública, paralisa as iniciativas humanitárias e impede o progresso", diz o cofundador e diretor executivo do secretariado do IPIE , Sheldon Himelfarb, citado no comunicado.

"O nosso trabalho passará por, com base na ciência, equipar os responsáveis políticos com conhecimento concreto, que é necessário para neutralizar as fontes de desinformação e a ameaça que a manipulação generalizada da informação representa", conclui o responsável.

Por sua vez, o diretor da FCH-Católica, também citado no comunicado, afirma que "é com um elevado sentido de responsabilidade" que integra este novo painel, "numa altura em que é claro que a desinformação é um dos principais problemas que o mundo enfrenta nos dias de hoje".

Ao longo da história "a manipulação da informação serviu para justificar atrocidades e criar narrativas que contribuem para o fim de regimes, para colocar pessoas em risco e para propagar o ódio e incitar à guerra", por isso "urge estudar e limitar a circulação de desinformação 'online', numa altura em que a ameaça é crescente dada a capacidade, quase ilimitada, de criação de informação falsa por sistemas de inteligência artificial", acrescenta Nelson Ribeiro.

Doutorado em Media and Culture Studies pela Universidade de Lincoln, Nelson Ribeiro é diretor da Faculdade de Ciências Humanas e coordenador da área científica em Ciências da Comunicação.

Desde 2016 é presidente da secção de história da comunicação da International Association for Media and Communication Research (IAMCR).

No ano passado, o investigador foi premiado com uma 'fellowship' da Universidade de Stanford para desenvolvimento da sua investigação sobre as a propaganda transnacional durante a Guerra Fria, sendo que "as suas principais áreas de investigação são a desinformação, história dos media e da propaganda e estudos do jornalismo".

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