CESP vai pedir reunião urgente à comissão liquidatária da Silopor
O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) vai solicitar uma reunião urgente à comissão liquidatária da Silopor, face à ausência de resposta a algumas reivindicações dos trabalhadores.
© Igor Martins / Global Imagens
País CESP
O pedido de reunião à comissão liquidatária da empresa pública Silopor foi anunciado pela sindicalista Célia Lopes, do CESP, após uma reunião no Ministério das Finanças em que o sindicato apresentou um conjunto de reivindicações dos trabalhadores, incluindo a revisão da atual tabela salarial de 2024.
"Relativamente a algumas questões que tínhamos pendentes e para as quais queríamos respostas, nomeadamente a questão da contagem integral do tempo de serviço e a revisão da tabela salarial, o gabinete do ministro das Finanças informou-nos que estas questões não tinham sido referenciadas pela comissão liquidatária e que, como tal, não tinham sido objeto de análise [pelo Governo]", disse à agência Lusa Célia Lopes, do CESP.
"O Governo alega que no plano de atividades que aprovou à comissão liquidatária há um aumento da massa salarial de 8,4% e admite que poderiam ter sido consideradas outras questões, mas que a comissão liquidatária não as identificou", acrescentou.
No que respeita à revisão da tabela salarial de 2024, Célia Lopes admitiu que a comissão liquidatária sempre afirmou que não podia ter um impacto superior a 5% da massa salarial.
"Mas como cerca de 40% dos trabalhadores da Silopor tinham uma progressão automática este ano, houve muitos outros trabalhadores que não chegaram sequer a ter os 52 euros de aumento mínimo que o Governo decidiu para as empresas do setor empresarial do Estado", lembrou a sindicalista.
Inicialmente os cerca de 100 trabalhadores da Silopor exigiam aumentos salariais de 15%, com um mínimo de 150 euros para cada trabalhador, embora o sindicato reconheça que se tratava de uma proposta inicial para negociação.
De acordo com o CESP, na reunião efetuada hoje, os representantes do Governo nada disseram sobre o futuro da Silopor, mas garantiram que o executivo está à procura de uma "solução rápida e urgente, que terá em atenção o interesse público e o facto de ser um setor estratégico, bem como a salvaguarda dos direitos de todos os trabalhadores".
A Silopor, principal empresa portuária de armazenamento de granéis sólidos alimentares, que faz a gestão dos silos Trafaria, em Almada, e do Beato, em Lisboa, tem uma capacidade global de 340 mil toneladas, o que permite o armazenamento, em média, de um total de 3,4 milhões de toneladas de cereais e farinhas durante um ano.
A empresa responsável pelo descarregamento e armazenamento de mais de metade dos cereais importados por Portugal, entrou em processo de liquidação por imposição da Direção Geral da Concorrência da União Europeia no ano 2000 e tem sido gerida, desde então, por uma comissão liquidatária com mandato até 2025.
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