O motorista da Carris que ficou gravemente ferido, na noite de 24 de outubro, durante os tumultos ocorridos na região de Lisboa, mostrou-se "satisfeito" pelo facto de dois dos detidos pelo ataque terem ficado em prisão preventiva.
"Satisfeito e aliviado", afirmou à CNN Portugal, em reação à notícia.
"Não consigo encontrar outra forma de os punir senão deixá-los atrás das grades", acrescentou.
Recorde-se que a Polícia Judiciária (PJ) anunciou hoje que dois dos três detidos por suspeita de provocarem o incêndio num autocarro em Santo António do Cavaleiros, Loures, que em outubro feriu gravemente o motorista, ficaram em prisão preventiva.
Segundo um comunicado da Judiciária, os dois detidos que ficaram em prisão preventiva por decisão judicial estão "indiciados pelos crimes de homicídio qualificado na forma tentada, incêndio e dano, praticados na noite do passado dia 24 de outubro".
Fonte da PJ disse à Lusa que o terceiro arguido também estava indiciado pelos mesmos crimes, mas o Ministério Público entendeu constituí-lo arguido apenas por tráfico de droga.
Ontem, recorde-se, que a TVI transmitiu uma entrevista exclusiva ao motorista, que recordou a noite do ataque e afirmou que ainda pediu para que o deixassem sair do autocarro. O homem acabou por ficar com várias partes do corpo queimadas e por ser internado na unidade de cuidados intensivos.
"Porque é que não me deixaram sair e pegavam fogo ao autocarro? Eu pedi para me deixarem sair", questionou.
O motorista da Carris pediu ainda que se "faça justiça". "Estas pessoas têm de ser presas e pagar por aquilo que fizeram. Isto vai ser um marco para a minha vida toda", completou.
Questionado sobre se algum dia conseguirá perdoar, o homem afirmou que "não aceitaria um pedido de desculpas". "Isto não se faz a ninguém. Ainda por cima a uma pessoa que está a trabalhar, a fazer o seu trabalho. Isto não tem desculpa. Foi o pior momento da minha vida, garantidamente. Vi a minha vida a fugir. Tive o instinto de sobrevivência. Hoje pergunto-me como consegui", rematou.
O funcionário da Carris queimado na noite dos desacatos após a morte de Odair Moniz recordou o ataque e garantiu que pediu aos autores para o deixarem sair do autocarro antes de lhe pegarem fogo, "mas não deixaram".
Notícias ao Minuto | 22:29 - 27/11/2024
Durante várias noites registaram-se tumultos em vários bairros da Grande Lisboa após a morte do cidadão cabo-verdiano Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, ter sido baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois.
Durante os tumultos foram incendiados mais autocarros, dezenas de automóveis e contentores do lixo, mas o ataque que deixou em estado grave o motorista é o mais grave em investigação.
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