Crise política marca intervenções no 25 de Novembro na Madeira
A crise política na Madeira marcou hoje as intervenções dos partidos na sessão solene do 25 de Novembro no parlamento regional, com a oposição a expor a fragilidade do governo social-democrata minoritário e o PSD a prometer resistência.
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Política Sessão solene
O deputado do PSD Bruno Macedo reconheceu que a região atravessa um "período histórico singular" e, para o caracterizar, utilizou expressões como "guerrilha", "minas escondidas", "ofertas armadilhadas", concluindo que "neste caldo dançam os socialistas".
O social-democrata acusou o PS, o maior partido da oposição madeirense, de ser "profeta do infortúnio" e de estar a "negar ao povo o que ele mais quer", que é "estabilidade e previsibilidade".
Bruno Macedo descreveu a obra do PSD na Madeira, onde o partido governa desde 1976, como "notável" e garantiu que o partido vai continuar "a lutar pelos madeirenses e pelo futuro do povo", vincando que a sua "capacidade incrível de resistência" é também uma forma de honrar o 25 de Abril e o 25 de Novembro.
Já o deputado do PS Paulo Cafôfo, também líder do partido na Madeira, considerou que o tempo na região é de "sismo político", afirmando que o "epicentro está no PSD", mas avisou que a "vulnerabilidade" do partido que suporta o Governo não significa a vulnerabilidade do sistema político.
"O PSD tem medo de ser substituído, mas o povo não deve ter medo de o substituir", disse, reforçando que "com a saída do PSD, a democracia vai amadurecer e evoluir".
Carlos Silva, do JPP, alertou para os "momentos de profunda incerteza" que marcam a atualidade política e apontou "imensas dificuldades" em vários setores, sublinhando a "obrigação de proteger a democracia" e evitar "jogos partidários que apenas confundem e descredibilizam a 'res publica'".
O líder parlamentar do Chega, partido que apresentou uma moção de censura ao executivo social-democrata minoritário, considerou, por seu lado, que o sistema político nacional está corrompido e a liberdade continua ameaçada, com a "deturpação dos valores do 25 de Novembro", efeméride que classificou como "o dia que salvou a nação de um destino sombrio" e evitou que o país se transformasse numa "república soviética comandada pelo PCP".
Já a deputada democrata-cristã Sara Madalena afirmou que a região autónoma vive "tempos de esquizofrenia política" e apelou ao Chega para que retire a moção de censura ao Governo Regional, cujo debate e votação estão agendados para 17 de dezembro.
O deputado único da IL, Nuno Morna, fez um discurso de teor poético, dizendo que no dia 25 de novembro de 1975 a "maré comunista recuou" e "os cravos foram de todas as cores" e, no final, declarou: "25 de Abril sempre, 25 de Novembro sempre".
Mónica Freitas, do PAN, colocou o foco da sua intervenção nas questões da inclusão, liberdade, responsabilidade e solidariedade e alertou para o fenómeno da violência contra as mulheres, tendo em consideração que hoje se assinala o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.
O parlamento da Madeira foi o primeiro no país a assinalar o 25 de Novembro com sessão solene, no período entre 1997 e 2015.
A comemoração foi retomada este ano com sessão solene, por via de propostas apresentadas pelo PSD e pelo Chega.
Os acontecimentos do 25 de Novembro de 1975, em que forças militares antagónicas se defrontaram no terreno e venceu a chamada ala moderada do Movimento das Forças Armadas (MFA), marcaram o fim do chamado Processo Revolucionário Em Curso (PREC) e contribuíram para a consolidação da democracia representativa em Portugal.
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