ESA divulga primeiras imagens obtidas por satélite de deteção de raios
A Agência Espacial Europeia (ESA) apresentou hoje a primeira sequência de imagens do detetor de raios do satélite meteorológico 'Meteosat Third Generation Imager' (MTG-I1), que pode alertar sobre fortes tempestades, ajudando a melhorar as previsões de mau tempo.
© Reprodução/Agência Espacial Europeia
Fabricado pelo grupo italiano Leonardo e propriedade da ESA e da Organização Europeia para a Exploração de Satélites Meteorológicos (Eumetsat), é o primeiro instrumento do género na Europa capaz de detetar um simples clarão, tanto de dia como de noite. O satélite opera em órbita geoestacionária a uma altitude de 36.000 quilómetros de distância da Terra.
"Os raios dão uma indicação sólida de onde está a ocorrer o clima mais extremo. Onde a chuva está mais forte há sempre raios, por isso ajudará a rastrear e a prever as tempestades", disse Phil Evans, diretor-geral da Eumetsat, à imprensa.
Acrescentou que "num mundo onde as alterações climáticas estão a agravar a intensidade dos fenómenos climáticos, instrumentos como este irão tornar-se cada vez mais importantes".
Segundo Evans, nos últimos 40 anos aqueles fenómenos causaram na Europa prejuízos de 500 mil milhões de euros e a morte de até 250 mil pessoas.
A coordenadora do projeto na Leonardo, Guia Pastorini, precisou que o apelidado de "caçador de raios" tem quatro câmaras capazes de realizar 1.000 imagens por segundo, que farão a cobertura da Europa, África, Médio Oriente e uma parte do sul da América.
Algumas das sequência de imagens obtidas durante um minuto foram apresentadas hoje, mostrando os primeiros resultados do MTG-I1.
As imagens mostraram tempestades ativas em diferentes pontos da Terra, permitindo ver, por exemplo, como no sudoeste da Europa, sobretudo na Espanha mediterrânica, ocorrem mais raios à medida que o calor aumenta durante o dia.
"Mostram a capacidade do instrumento de detetar com eficácia e precisão a atividade dos raios em toda a área de visualização das câmaras, que cobrem cerca de 84% do disco terrestre", assinalou Simonetta Cheli, diretora dos Programas de Observação da Terra da ESA.
As imagens ajudarão os meteorologistas a fazer previsões mais precisas de tempestades severas, particularmente em regiões remotas e sobre o oceano, onde os recursos de deteção de raios são atualmente limitados.
Tratados diretamente a bordo do satélite, os dados serão fornecidos aos serviços meterorológicos de 30 Estados membros da Eumetsat, assim como a parceiros em África e outras regiões do mundo "com limitadas capacidades de observação terrestre dos raios".
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