Números do desemprego dão "sentimento positivo" ao país
O ministro do Trabalho considera que um país como Portugal, que já teve 17% de desemprego no auge da crise, deve ter um "sentimento positivo" relativamente ao número atual de desempregados, o mai baixo desde há 28 anos.
© Global Imagens
Economia Vieira da Silva
"Um país que não há muitos anos teve 17% de desemprego, um fenómeno absolutamente único na história recente e que viu partir cerca de 10% da sua força de trabalho e tem hoje um número de desempregados mais baixo desde há muitos anos, não pode deixar de ter um sentimento positivo face a essa realidade", indicou o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva, aos jornalistas na 108.ª reunião da Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra, Suíça.
O primeiro-ministro, António Costa, saiu da Organização Internacional do Trabalho sem prestar declarações, cabendo a Vieira da Silva uma reação aos números do desemprego comhecidos hoje que, segundo o IEFP, registaram o valor mais baixo desde há 28 anos.
No entanto, o ministro admitiu que, apesar de todos os esforços, há "um longo caminho" a fazer em relação ao aumento dos salários, salientando que já existem "mais trabalhadores por conta de outrem do que antes da crise".
O outro problema que persiste no mercado de trabalho português são os contratos de curta duração.
"Esse é um problema que se arrasta há muitos anos na nossa economia. Felizmente muitos milhares de empregos criados nestes últimos quatro anos foram contratos de longa duração, mas permanece uma taxa de empregos de curta duração que é das mais altas da Europa e esse é um fator de empobrecimento do país", admitiu o ministro, indicando que o Governo tem apresentado propostas para a alteração deste tipo de contratos.
Para o ministro, esta alteração tem de vir também do setor empresarial.
"Numa altura em que começa a faltar recursos humanos, oferecer às pessoas mais segurança no emprego também é uma forma de atrair os melhores talentos", concluiu Vieira da Silva.
O número de desempregados inscritos no IEFP foi em maio de 305.200, valor mais baixo em 28 anos, descendo 12,9% face ao período homólogo, segundo divulgou então hoje o Instituto do Emprego e Formação Profissional.
Segundo informação divulgada pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, "trata-se do valor mais baixo em 28 anos, uma vez que é preciso recuar até dezembro de 1991, altura em que havia 296,6 mil desempregados inscritos, para encontrar um número mais baixo de desempregados do que o registado em maio deste ano".
De acordo com o IEFP, em maio havia menos 45 mil pessoas sem trabalho do que no mesmo mês de 2018, o que representa uma descida de 12,9%.
Já na comparação mensal, relativamente a abril, a quebra do número de desempregados foi de 5,0%.
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