"Lembrar o 25 de Novembro desagrada uma base eleitoral importante do PS"
José Miguel Júdice despediu-se ontem d'As Causas', mas não sem antes analisar, pela última vez na SIC Notícias, a atualidade política nacional.
© Blas Manuel / Notícias Ao Minuto
Política José Miguel Júdice
José Miguel Júdice despediu-se do seu programa semanal de terça-feira, na SIC Notícias, após seis anos de análise à atualidade política nacional.
A decisão foi anunciada pelo próprio, ontem, no último 'As Causas'. O comentador disse estar "fatigado" e a precisar "desenjoar" da política.
Antes de se despedir dos telespectadores, Miguel Júdice analisou a cerimónia do 25 de Novembro e as Presidenciais de 2026.
"Entendo a polémica, mas acho que a cerimónia foi muito importante. Não me lembro de ver uma cerimónia no Parlamento onde os discursos de um modo geral tivessem sido tão bons. Cada um, evidente, com o seu próprio ponto de vista. Mas quem não soubesse nada ficou a saber muito. Foram muito bem preparados. Parabéns!", começou por salientar José Miguel Júdice.
Quanto à postura do Partido Socialista (PS) frente à realização da sessão solene de comemoração do 25 de Novembro, o comentador admitiu "perceber", mas lamentar.
"Percebo perfeitamente a posição do PS. Percebo, mas lamento porque na memória histórica do PS está, de uma forma indelével, o papel que o partido teve na defesa da liberdade e democracia em ambas as datas [25 de Novembro e 25 de Abril]. Compreendo porque parte significativa do PS estava do outro lado no 25 de Novembro, mas evoluiu. E às vezes não gostam de reconhecer isso. E parte daqueles que pensavam assim, continuam a pensar assim, mas realisticamente preferem votar PS, onde o voto não se perde. Portanto, lembrar a história do 25 de Novembro desagrada uma base eleitoral importante do PS, apesar do PS ter sido o grande vencedor do 25 de Novembro", explicou.
Quanto às Presidenciais, o advogado lembrou que estas já estão a fazer "exercícios de aquecimento" e a sua perspetiva quanto aos putativos candidatos é para já "boa".
Na sua opinião, todos os potenciais nomes a sucessores de Marcelo Rebelo de Sousa, que foram surgindo nos últimos dias, são "moderados", o que é positivo. Além disso, "todos consideram - uns mais à Esquerda, outros mais à Direita - que os seus colegas políticos são adversários, mas não acham que sejam inimigos, com os quais não se pode falar e isso é muito importante".
"Portanto, estamos no bom caminho", atirou.
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