AICEP pede "decisão rápida" sobre greve nos portos
O presidente da AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal apelou esta sexta-feira a uma "decisão rápida e com responsabilidade" em relação às greves nos portos, devido ao impacto que estão a ter nas exportações extracomunitárias.
© LUSA
Economia Pedro Reis
"Pela primeira vez está reflectido nos números das nossas exportações o efeito das greves nos portos, e esse efeito deve preocupar-nos e deve obrigar-nos a olhar com muita responsabilidade para esse tema", disse à Lusa Pedro Reis.
Isto porque segundo os dados do INE hoje divulgados, as exportações para os mercados extracomunitários caíram 17% em Setembro face a agosto, o que significou uma quebra de "202 milhões de euros", de acordo com a AICEP.
"É como se a economia portuguesa estivesse ligada à máquina neste momento e essa máquina" são as exportações e o investimento.
"Não podemos correr o risco de nós próprios desligarmos as máquinas das exportações, [por isso] reforço o apelo para que se encontre uma decisão rápida e com responsabilidade para recuperar a normalidade dos nossos portos que têm sido assolados pelas greves, em que felizmente o porto de Leixões e Sines são boas excepções", sublinhou Pedro Reis.
"Sabemos que 80% das exportações para fora da Europa vão por via marítima e sabemos que há uma quebra na movimentação por toneladas, por exemplo, no porto de Lisboa, de 40%", explicou.
Para Pedro Reis, não é apenas a questão da quebra das exportações que está em causa ou a perda de encomendas de perecíveis, mas também o aumento dos custos e uma erosão das margens das exportadoras.
"Porque estas greves obrigam a recursos de armazenagem externa, transferência para o porto de Leixões ou Sines ou mesmo Vigo ou Santander, obrigam penalizações financeiras por incumprimento de prazos, pode atingir o abastecimento de matérias-primas e componentes", apontou.
Pedro Reis elogiou ainda os exportadores portugueses, já que as vendas ao exterior nos primeiros nove meses, em 75% do ano, cresceram 7,7%, o que classificou de "um número que continua a ser extramente robusto e surpreendente pela positiva".
Em Setembro, as exportações caíram 6,5% em relação a igual mês de 2011, "o que denota um abrandamento nos mercados europeus".
De acordo com Pedro Reis, este abrandamento "tem muito a ver com a quebra na exportação de veículos e de máquinas e aparelhos".
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