Frente Comum: "Governo não tem vontade de valorizar serviços públicos"
A Frente Comum esteve reunida esta terça-feira com o Executivo, e após a reunião considerou que o problema nas negociações não se prende com a falta de dinheiro, mas sim com a falta de vontade política.
© Gerardo Santos / Global Imagens
Economia Frente Comum
O coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, falou, esta terça-feira, aos jornalistas, num dia que fica marcado por mais uma ronda negocial entre sindicatos da administração pública e o Governo, acerca do aumento dos salários públicos.
"À data de hoje o que o Governo tem para dar aos trabalhadores é zero. E este zero não se compadece com outras rubricas do Orçamento do Estado que estão muito longe de zero. São vários milhares de milhões de euros que continuam a ser atribuídos ao setor privado e aos grandes grupos económicos", referiu o responsável, após reunião no Ministério das Finanças.
"E a quem todos os dias trabalha nos hospitais, nas escolas, nas finanças, nos laboratórios do Estado, num sem número de locais de trabalho é nada", criticou.
O dirigente disse ainda que durante a reunião o Executivo o mesmo foi questionado se estava disposto a pagar de subsídio de refeição seis euros, a resposta "é que não há prevista qualquer alteração nem para esse valor, nem para qualquer outro suplemento já em janeiro".
Sebastião Santana considerou ainda que face a esta margem reduzida de negociação, "o que o Governo está a fazer é comprar anos em que paz social vai ser muito difícil". Lembrando que a CGTP já tem uma manifestação agendada para 9 de novembro, apontou que se as pessoas não têm dinheiro para fazer face às suas despesas, vão acabar por mostrar o seu descontentamento nas ruas.
"O problema aqui não é mesmo falta de dinheiro, é falta de vontade política. Este Governo não tem vontade nenhuma de valorizar os serviços públicos e usa os trabalhadores da administração pública como instrumento para os degradar", criticou.
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