É isto que precisa saber sobre combustíveis simples
A partir desta sexta-feira, vai reparar num pormenor quando tiver de ir abastecer o carro numa estação de serviço: vai encontrar sempre um ponto de abastecimento de combustível sem aditivos. Que diferenças podemos esperar? E, mais importante, haverá riscos?
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Economia Abastecimento
A lei que chegou para mudar tudo é a lei nº. 6/2015. O nome formal é fácil de traduzir na realidade: a partir de agora, todas as gasolineiras terão de passar a incluir pelo menos um ponto de abastecimento de combustível de gasóleo e gasolina sem aditivos, os chamados combustíveis simples.
As quatro principais gasolineiras do país já se adaptaram: BP, Cepsa e Repsol vão disponibilizar exclusivamente os seus produtos 'premium', complementando a oferta com os simples. Já a Galp vai por outro caminho: a gama 'premium' - aditivados e mais caros – será substituída pelos simples. Mas será que isto muda alguma coisa na ‘saúde’ dos carros?
À Renascença, António Chícharo, da Associação das Empresas de Comércio Automóvel (Anecra), alerta que, quando há problemas causados pela utilização de combustíveis não aditivados, “tudo o que se refere com a injeção do carro, com a circulação do gasóleo e com os filtros tem de ser tudo renovado”, algo que é uma despesa considerável. O pior é que a garantia não cobre problemas destes porque “a avaria dos motores é provocada pelo combustível que está a ser utilizado”.
A DECO, porém, não concorda que estes combustíveis sejam problemáticos. À Lusa, o responsável da associação de defesa do consumidor adiantou que "não existe nenhum indicador que leve a pensar que têm menos qualidade ou que podem danificar ou prejudicar o motor". A mesma posição tem António Lopes, presidente da Associação Nacional do Ramo Automóvel, que diz que os problemas que houve no passado “foram pontuais” e que até ao momento não houve “quaisquer questões relacionadas com a utilização" destes combustíveis, adiantou à Renascença.
Mas se os preços mais baixos dos combustíveis simples não são uma questão da qualidade duvidosa do produto, por que razão é possível ter preços mais baixos? É uma questão de modelo de negócio. Os postos low cost têm dependido de estruturas de espaço reduzidas e rendas de espaço mais baixas, como acontece por exemplo com as estações de serviço associadas a hipermercados.
A legislação que agora obriga a que haja combustíveis simples à disposição não tem grande força nesta questão. Não pense, por isso, que é uma revolução no mercado que vem a caminho. Como realça o jornal Público, as gasolineiras já adiantaram que a medida não vai trazer os preços mais baratos que o Executivo anunciou e que os consumidores poderiam esperar. Seja no preço, seja nos riscos para o automóvel.
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