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Maioria diz que PS teme análise da UTAO
A maioria PSD/CDS-PP lamentou hoje que o PS tenha discordado do seu requerimento, no sentido de submeter o cenário macroeconómico socialista a dez anos à Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), mas sem se comprometer a efetuar teste semelhante.
© Reuters
Economia Cenário
"Esta recusa do PS em colocar sob análise independente os pressupostos do seu cenário macroeconómico, para nós, só tem uma justificação: o receio de que sejam facilmente destruídos por estarem assentes em base de barro, sem ter a segurança que pudesse dar credibilidade aos portugueses", disse o deputado social-democrata Duarte Pacheco, no parlamento.
A parlamentar democrata-cristã Cecília Meireles também declarou que "seria muito importante que o PS submetesse o documento à análise da UTAO", adiantando perceber porque não o faz: "porque (o PS) teme essa análise técnica, teme que os portugueses fiquem a saber quais os riscos e pressupostos por baixo daquele cenário".
Durante a manhã, na Comissão Parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública, o pedido da maioria não obteve o acordo dos socialistas e PSD e CDS-PP optaram por retirar o requerimento, defendendo que o mesmo implicava o necessário o acordo do PS.
"Se o PS aceitasse que esta análise ocorresse, decerto os partidos da maioria estariam disponíveis para que também os pressupostos do seu programa fossem analisados por uma unidade técnica independente. Estamos disponíveis para que todos sejam analisados. O PS não quer que o seu seja analisado, naturalmente faz com que os outros também não venham a ser", disse ainda Duarte Pacheco, para quem uns "estão num concurso de prometer tudo a todos" e outros "prometem menos porque assentam num crescimento seguro e que já mostrou estar a dar uma nova fase de progresso a Portugal".
Para Cecília Meireles, "faz sentido, quando é apresentada uma proposta de um cenário alternativo - como foi o caso do PS, que pretende demonstrar tecnicamente que são possíveis determinadas medidas que parecem terem consequências mais gravosas do ponto de vista das finanças públicas -, que haja também uma análise técnica deste cenário".
O documento em questão intitula-se "Uma Década para Portugal", elaborado por 12 economistas a convite do PS e será a base para o programa eleitoral dos socialistas, a ser apresentado em 06 de junho.
A maioria, embora o Governo já tenha aprovado os seus Programa de Estabilidade e Plano Nacional de Reformas, ainda não anunciou uma data concreta de apresentação do seu programa eleitoral.
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