Deixar cair a reforma do IRC trará "problema de reputação"
O anterior presidente da AICEP, Pedro Reis, defendeu hoje que se o próximo Governo deixar cair a reforma do IRC - como o PS prometeu fazer - Portugal terá um problema de reputação, com impacto no investimento.
© Global Imagens
Economia Pedro Reis
"Está em causa, com a competitividade fiscal, muito da reputação de Portugal na atração de investimento. Se nós deixarmos cair a reforma do IRC, se nós deixarmos cair as expectativas em relação à redução da sua taxa, vamos ter um problema com os investidores externos. Não vão entender que, por razões domésticas, de política nacional, tenhamos faltado a um compromisso que assumimos", afirmou o atual assessor da comissão executiva do banco Millennium BCP.
Segundo Pedro Reis, que falava nas jornadas parlamentares de PSD e CDS-PP, no Clube Náutico de Alcochete, no distrito de Setúbal, "o tema da reforma do IRC nos próximos anos, seja quem for que ganhe as eleições, não é um tema político, é um tema reputacional".
Convidado para intervir no único painel de debate destas jornadas, sobre "o futuro da economia portuguesa", o ex-presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) apontou como desafios imediatos a definição de uma estratégia económica e a recuperação da confiança.
Dirigindo-se aos deputados da maioria PSD/CDS-PP, Pedro Reis declarou: "Para recuperar a nossa confiança não basta dizer que foi difícil chegar até aqui, há que demonstrar que somos capazes de levar a nossa economia mais além. E a grande vantagem de a 'troika' ter saído, com o sacrifício dos portugueses e a política e a determinação deste Governo, é que o futuro voltou a estar nas nossas mãos".
"Mas o futuro queima, não convém estar parado nas nossas mãos. Temos de lançar as bases de uma nova fase e temos o desafio até outubro", concluiu o gestor que foi mandatário nacional da coligação entre PSD e CDS-PP às eleições europeias do ano passado.
No que respeita à situação das empresas, Pedro Reis considerou que "o nó górdio neste momento e nos próximos anos vai estar posto na capitalização", acrescentando: "Temos de pensar em termos de instrumentos que convertam dívida em capital, e em termos da divulgação e multiplicação - como fez o Reino Unido e como fez Israel - de fundos para investirem nas empresas".
De acordo com o ex-presidente da AICEP, é preciso também "pensar em termos de desintermediação bancária e de dar força ao mercado de capitais das pequenas e médias empresas (PME), pensar em como se pode ainda robustecer o capital de risco, e pensar qual é o papel que se espera para a Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD)".
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