Governo está a "queimar etapas" quando rejeita aumentos antes de 2018
A presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, Helena Rodrigues, considerou hoje que o primeiro-ministro está a "queimar etapas" quando afirma que os aumentos na função pública só se irão verificar em 2018.
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Economia STE
"Nós ainda não iniciamos as negociações, e eu não admito isso como certo. Nós apresentamos as reivindicações anuais e agora queremos que se inicie o processo negocial para ficarmos a perceber. O primeiro-ministro está a queimar etapas. Nós apresentamos propostas e agora esperamos a contra proposta", disse à Lusa Helena Rodrigues, quando questionada sobre as declarações do primeiro-ministro, António Costa, na entrevista ao Público.
Na entrevista, o primeiro-ministro disse que a reposição de salários da função pública fica concluída este mês, mas que só em 2018 está previsto retomar "atualizações" e "encarar questões de fundo relativamente às carreiras".
"Concluímos agora, no mês de outubro, a reposição integral dos salários. Significa que em 2017 os funcionários públicos ganharão durante 14 meses o que ganharam só durante três meses deste ano. É sabido que o nível de inflação está baixo e que em 2018 temos previsto retomar as atualizações, bem como encarar as questões de fundo relativamente às carreiras", disse António Costa ao Público.
Helena Rodrigues disse não querer "admitir" a posição do primeiro-ministro porque as negociações coletivas ainda não começaram, acrescentando que, se o objetivo do Governo "era devolver" salários e rendimentos aos trabalhadores e aposentados, "não se percebe como é que o vai conseguir".
"O primeiro-ministro está a esquecer que, se ficarmos este ano com o mesmo que tínhamos em 2009, vamos continuar a perder. Ou seja, continua a haver um corte, ainda que não seja de forma direta em termos remuneratórios", sublinhou a presidente do STE, recordando que a proposta de aumentos - que já foi entregue pelo sindicato - se situa nos dois por cento (termos nominais).
"Nós pedimos dois por cento, o que em termos reais ficará abaixo de um por cento. Se calhar, com a inflação prevista para 2017 ainda se pode verificar uma perda real de salário. Não estou a ver o que o primeiro-ministro quer dizer", concluiu.
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