Como agir no ‘mundo’ dos encontros quando se tem uma DST
O número de casos está a crescer. Há, por isso, que saber como abordar o assunto para garantir um sexo seguro para ambos.
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Lifestyle DST
Quando se fala de namoros, relações assumidas e mais sérias, em que a confiança e comunicação são as bases, o caso de uma Doença Sexualmente Transmissível é tratado a dois e falado com maior abertura, sendo certo que é possível contrariar a transmissão de infeções com os cuidados e tratamento certos.
Contudo, numa altura em que os encontros acontecem de maneira diferente de há décadas atrás, e que o tema das relações sexuais deixou de ser tabu para passar a ser abordado com muito maior naturalidade – inclusive os casos de envolvimento sexual nos primeiros encontros – a quem tem uma DST nem sempre é fácil abordar o assunto com quem não se tem muita confiança.
Se o número de casos de DSTs está aumentar, a naturalidade com que se tem tais conversas, não. De facto, “o estigma associado a uma DST leva a quem quem sofre do problema a acreditar que não será capaz de namorar, pois ninguém irá querer ter sexo com eles, mas na minha experiência, isto raramente acontece”, refere Jenelle Marie Pierce, diretora executiva do STD Project que se foca neste tema no sentido de contrariar as barreiras que ainda se acredita existir nestes casos.
É a terapeuta sexual Diane Glein quem explica à BBC que a melhor altura para contar a alguém que sofre de uma DST será aquele em que o indivíduo se sente suficientemente próximo e confortável para partilhar tal informação. Não tem de falar logo no primeiro encontro, contudo, o tema não deve ser omitido até que o casal tenha relações.
Tal conversa é pois vista como parte do processo de se proteger a si mesmo. Estar seguro a nível de saúde física e emocional passa não só por controlar a infeção como também em falar sobre o assunto com quem se relaciona intimamente, com quem se deve ser honesto – só assim se pode desenvolver uma relação saudável.
Certos destes aspetos, especialistas reconhecem que a omissão deste tema se deve principalmente ao medo de rejeição, algo que ainda hoje acontece, por falta de conhecimento sobre DST, mas que cada vez mais é visto como algo comum, e são os próprios indivíduos com DST que têm de combater o problema.
Assim que contarem ao parceiro que têm uma DST, deve ser dado um dia ou dois para que o outro absorva a informação e saiba que questões fazer. É normal que no momento imediato não lhe surja nenhuma e que as dúvidas apareçam momentos mais tarde. Se assim for, o comportamento deve ser visto de forma positiva, como aceitação e vontade de entender o problema. “A reação do próximo vai determinar se quer ou não que aquela pessoa continue na sua vida”, aponta a terapeuta.
Outra especialista na área da saúde sexual, conhecida nas redes sociais como Lauren HD fez uma experiência que pretendia perceber qual o nível de aceitação de alguém com uma DST. Para tal, registou-se na app de encontros Tinder com a única descrição ‘Tenho herpes genital. Desliza para a direita apenas se estás OK com isto’. Ao contrário das reações que esperava (de interações rudes que a enxovalhassem), muitos foram os que entraram em contato com Lauren a elogiar a sua frontalidade e abertura. Desta experiência de um mês, a educadora sexual concluiu que há mais abertura para se perceber e falar do caso na intimidade do que em contexto público.
Uma coisa é certa: quem aborda o tema de forma direta e otimista é quem mais está protegido e com quem não se deve preocupar relativamente ao risco de infeção.
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